A nova modinha estúpida de fazer credenciamento segregando imprensa e blogueiros

Semana passada tive um problema de agenda e perdi uma manhã de trabalho por um motivo tão idiota que me ardem os dedos de digitar, mas vamos lá.
Ano passado eu fui num evento de negócios e no credenciamento meu crachá veio como “mídias sociais” e aí fui entrar numa portaria e fui barrado porque só se eu tivesse o crachá de imprensa eu poderia entrar por aquela portaria.
E aí eu voltei bem bravo para a sala de assessoria e perguntei se eles queriam o meu MtB porque se eles precisassem eu tinha um MtB.
Mas quando você faz esse tipo de coisa e dá piti na sala de imprensa, você é o arrogante, babaca e que se acha. Eles até resolveram, disseram que tinha acabado o de imprensa e de fato eu consegui trabalhar.
E vem daí que semana passada foi a mesma coisa em um evento. Já no credenciamento eu recebi um link para a categoria blogueiro. Até aí tudo bem afinal a empresa pode querer ter um controle por veículo, mas aí que vem a coisa que me deixa perplexo. A credencial de blogueiro não dava acesso à parte do evento. Eu tinha me programado para ir numa caravana com empresário aqui de São José dos Campos, ia passar a manhã na parte do Congresso e depois fazer a feira. Só que fui informado aos 45 do segundo tempo que se eu fosse eu teria que ficar cinco horas da porta para fora porque meu crachá não me deixaria entrar no tal Congresso. Só o de imprensa “formal”. Senhor…

Há problemas eu sei

No evento que realizei com assessores de imprensa em São Paulo (Terças onlife – meu evento de relacionamento)  vários relataram problemas com blogueiros em feiras, principalmente dos que vão só para ganhar brindes ou pedir presentes, mas tá certo que todos paguem pelo erro de alguns?
Quais esforços essas empresas e feiras tem feito para se aproximar do público digital e formar uma nova geração que vá cobrir esse tipo de evento?
Além disso cada vez mais acredito num mailing mais ativo e de relacionamento com os criadores de conteúdo mais próximo e aí sim se relacionar com quem há um vínculo.
O brinde tem um fim e um motivo não tem?

Eu sou jornalista, mas não acho que essa deveria ser a discussão

Eu sou jornalista e como eu disse acima eu tenho MtB que é bom que se diga que não é nem mais exigido por lei, mas acho sim que há excelentes blogueiros que nem são da área de jornalismo mas fazem um trabalho muito bom e sério em suas áreas de atuação.
Mas talvez a discussão não seja o MtB em si mas o veículo de comunicação. Grande? Pequeno? De nicho? Desculpa mas tem uma TVs credenciadas e uns programas de madrugada e que passam em canais que dão zero de ibope que tem bem menos audiência que vários blogs e arriscaria dizer que até do meu. Pra ter a credencial de imprensa precisa ter uma canopla ou escrever para papel? Sério?
O que mais me deixa espantado é que eu não tô lá na feira para passear ou para ganhar brinde ou para ficar passeando pelos estandes. Eu tô lá para trabalhar. Nessa feira mesmo que eu tive problemas eu entrevistei cerca de 6 porta-vozes de expositores. Eu tô lá dando voz para marcas e mídia gratuita. E eu só quero liberdade para trabalhar.

E eu só fui no segundo dia e vou fechar o material da cobertura pelo compromisso que eu tive com as marcas expositoras que me atenderam, senão simplesmente ignoraria o evento e com certeza ano que vem não vou. Não adianta vir fazer café da manhã aqui, me chamar pra cobrir o evento e fazer essa papagaiada comigo. Fiquem aí com seus veículos tradicionais que eu fico aqui com o meu publico digital e vamos ver quem dura mais.
E por fim, precisamos mesmo criar mais uma forma de segregar, criar preconceito e divisões na sociedade? Vamos valorizar o preconceito com quem cria conteúdo para a internet distribuindo crachás de cores diferentes?
Isso é realmente necessário?