Coisas que aprendi com os youtubers do Vale #ytvale
Ultimamente tenho tido oportunidade de conviver com vários youtubers aqui do Vale e confesso para vocês que umas das coisas que mais me empolga no meu dia-a-dia é poder conviver com jovens talentosos e na medida que compartilho um pouco do que eu aprendi, eles também me ensinam (muitas vezes até mais) muita coisa bacana e alguma dessas coisas eu quero compartilhar com vocês.
São empoderados tecnologicamente
Participe de uma gravação dessa turma e você verá mochilas surgindo com placas de iluminação LED, microfones e sistemas de captação de áudio e tripés, muitos tripés. E também vão surgir câmeras das mais simples até as mais sofisticadas.
Eles também usam softwares de edição profissional ou até mesmo editam seus vídeos direto de um iPhone.
É uma geração que não viu a transição do analógico para o digital. Eles simplesmente nasceram no mundo digital.
São desprendidos de algumas convenções antigas que não fazem mais sentido
Eu trabalhei muito tempo em emissoras de TV e sei o quanto de regras, padrões e cuidados que a gente tinha que ter pra botar a coisa toda no ar. Eles já são mais descomplicados com isso e se engana quem cai no erro de comparar e achar que o que eles fazem é meia boca.
Tem sim o meia boca: na internet você verá dezenas de vídeos escuros e de áudio ruim e de gente que não manja do que está fazendo. Mas o que eu estou falando é do material bom, mas feito de um jeito diferente. Mais exploratório. Há uma busca de uma nova estética para novos formatos. Isso pode fazer parecer que o que eles fazem em relação a TV é mais simples e que qualquer um pode fazer um vídeo no celular. Não caia nessa comparação barata. Eles se dedicam pensando nas produções, ângulos e tudo mais. Alguns tem formação em jornalismo, publicidade e até Rádio e TV, só acham que dá pra fazer diferente e dá.
São exibidos
E aqui no melhor sentido da palavra. Eu lembro que na minha época a adolescência era meio introspectiva, os jovens meio na sua. E hoje uma moçada que não tem a cara do galã de Malhação ou a menina que não parece com a top model do momento na capa da revista teen não tem o menor pudor em dar as caras. Você não precisa ser lindo-colírio-Capricho você precisa ser simplesmente você e eu acho isso simplesmente o maior barato. Num mercado de trabalho altamente competitivo você se mostrar não é ruim, é bom.
Tem uma visão de mundo peculiar
Este talvez seja o mais difícil de descrever, mas eles não olham o mundo como eu. Eles não respeitam as hierarquias, tem relações mais diretas com as instituições e são muito questionadores. Sabe a criança dos cinco anos de idade que pergunta porque para tudo. Eles são assim e olha é uma beleza isso viu, porque só assim a gente aprende.
São criadores da sua própria narrativa e estão criando um modelo econômico novo. Eles não estão muito preocupados em estudar no Senai e conseguir uma vaga na indústria. Não sabem ainda como ganhar dinheiro com o que fazem (uma pesquisa feita por este blog revelou claramente isso), mas sabem que querem ganhar dinheiro com isso. E não se engane: são bons ouvintes. Sempre que sento para falar sobre negócios com eles, há bastante atenção no que eu falo. Tentar encaixá-los em modelos de pensamento atuais é tentar colocar o triângulo no buraco do quadrado e adivinhe: não vai dar certo.
São divertidos
Sempre que estou com eles dou muita risada e mesmo nos momentos mais sérios tendo entender que o mundo não precisa ser tão chato quanto eu aprendi que tinha que ser o meu.
Mesmo os mais velhos me lembram muito adolescentes e quando falo jovens Youtubers não me refiro a idade. Eles podem ter 40 anos como eu mas tem um ar moleque e divertido. Eles veem o mundo como um grande banco de imagens de memes, tudo pode virar assunto, vídeo, piada. A zoeira never ends da vida real e de um jeito que ainda não vimos e ei isso é legal!
E aí o leitor pode pensar que estou deslumbrado e que são um bando de esquisitos e bla bla bla. Isso acontece porque temos um certo preconceito com o novo e costumamos analisar a cultura do outro baseado na nossa cultura. Claro que eles tem problemas, claro que não são uma geração perfeita, mas qual é? A sua foi?
Outro dia vi um texto que dizia que hoje as pessoas não conseguem nem comprar o carro próprio quando chegam aos 30 anos, mas na verdade eles não querem ter carro. E nem casa própria o que pelo visto não é um bom negócio.
Essa turma cria apps, vídeos e traquitanas que muito em breve vão curar doenças, aumentar a expectativa de vida das pessoas e diminuir diferenças sociais. E conviver com eles me ensinou outra coisa: que o nosso futuro está sim em boas mãos. E seja lá para onde for, é com eles que eu vou!
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