[com spoiler] O que eu achei de Vingadores Ultimato
Ultimato é um filme sobre esperança, perdas e a dor da despedida final
J.J Abrams fez um TED incrível onde ele fala sobre seu conceito de mistery box mas também fala sobre como grandes filmes, filmes históricos não são sobre suas histórias principais, mas sim sobre o apelo emocional e humano por trás dessas histórias.
Vingadores Ultimato não é só um filme de super heróis mas um filme que fala sobre perdas. Não sobre qualquer perda, mas sobre a perda da morte, a perda final e de como lidamos com ela.
O primeiro ato do filme mostra exatamente isso. Seres humanos e suas dores. Praticamente não vemos os heróis. Eles estão de cara lavada, fazendo terapia em grupo, tentando seguir em frente.
Até o deus nórdico vira um “humano terrestre” com suas fraquezas e com sua forma de não lidar com as perdas.
Thor longe da sua forma física elogiada é também uma forma da Marvel/Disney mostrar que não tem medo de brincar com seus signos. É por isso que com quase 15 minutos ela entrega o que todos queriam, a morte de Thanos. Mas e agora? Thanos morto a narrativa segue por outro caminho até o segundo ato onde aí sim temos um filme de super heróis.
A superação, o seguir em frente, o fazer escolhas adultas e até o sacrifício.
A cena da luta final tem tudo para ser uma das mais épicas desse tipo de filme. É espetacular como os irmão Russo conseguem dar tempo de tela para cada um dos atores.
O filme também é lotado de fanservices e homenagens aos fãs e para esses o filme tem um efeito de catarse. Cada momento revisitado, cada referência aos quadrinhos e até piadas de internet que entraram na grande tela.
O filme tem problemas sim, falarei deles num próximo texto, mas dada a grandiosidade da obra, eles acabam ficando minúsculos.
E então temos um final de uma delicadeza ímpar. É bom lembrar que o Capitão América reflete o orgulho do estadunidense, a pátria, e nos dias de hoje o “América First” e portanto não poderia simplesmente morrer em combate.
Assim ele ganha um final poético e digno de sua trajetória de personagem, como um círculo que se fecha.
E por fim temos o Homem de Ferro, o herói de verdade, e que tem a alma do que o Stan Lee definia como “super-heroi”. Seu arco é um dos mais louváveis e o Robert Downey Jr. consegue emprestar uma alma ao personagem por trás da armadura que é um mérito dele, amplamente reconhecido pelos fás e pela indústria.
No cinema não se ouvia choros contidos, mas soluços e tristeza.
A dor da perda do Homem de Ferro e a esperança de um futuro idealizado concretizado pelo Capitão América.
Perda, esperança, fé e uma das melhores batalhas épicas do cinema moderno são os elementos que fazem desse filme algo tão grandioso.