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Como a Covid vai mudar o jeito que moramos?

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As casas nem sempre tiveram o formato que tem nos dias de hoje. Vários eventos foram mudando a forma como definimos nossas moradias. Uso de janelas e até o simples ato de varrer o chão ou ter um lavabo em casa foram hábitos adquiridos conforme aprendíamos mais sobre doenças e fomos adquirindo conhecimento sobre o tema.

Confira todos os textos desse especial

  1. COMO A COVID VAI MUDAR O JEITO QUE MORAMOS?
  2. CONECTIVIDADE E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: COMO AS CASAS TOMARÃO DECISÕES SOZINHAS ENQUANTO VIVEMOS NELAS.
  3. A SALA COMO UMA NOVA PROTAGONISTA DA CASA: O HOME-ENTERTAINMENT NUM OUTRO PATAMAR
  4. CASAS COMO MORADIA, LOCAL DE TRABALHO E ESTUDO
  5. CIDADES INTELIGENTES E UM NOVO JEITO DE PENSAR O ESPAÇO PÚBLICO COM O 5G

A arquitetura é a vontade de uma época traduzida em espaço

Mies Van der Rohe

Mas como o Covid-19 irá impactar as moradias do futuro? Quais hábitos que aprendemos a ter e que vieram para ficar? Como as novas tecnologias estarão presentes nas nossas vidas?

Eu não tenho uma bola de cristal que enxerga o futuro, nem todos os entrevistados que virão a seguir. Mas durante quase um mês pude ouvir quase 20 especialistas diferentes entre arquitetos, engenheiros, empresários, executivos e especialistas tentando entender um pouco mais sobre como nossas casas e cidades devem mudar para sempre o jeito que vivemos e nos relacionamos com o mundo. Ao todo serão cinco textos e o primeiro você confere a seguir.

Pegue o seu álcool em gel, coloque sua máscara e embarque comigo numa incrível máquina do tempo onde ficção científica, passado, presente e futuro vão se misturar numa grande tentativa de tentar entender tudo que vem por aí. E claro com muita tecnologia e a pegada geek que só este blog tem. Vamos nessa?

O que não vai poder faltar na casa do futuro?

Na cozinha bancada para higienizar e outra para preparar os alimentos
Imagem ilustrativa de 영훈 박 por Pixabay 

Há 34 anos no mercado, a Bohrer Arquitetura é um dos escritórios de arquitetura mais moderno e inovadores do Brasil e da América do Sul. Presente em sete estados brasileiros empresa também marca presença em países como Itália, Chile e Argentina e já entregou mais de 32 mil unidades. Comecei essa conversa com uma das responsáveis pela empresa a arquiteta Thaisa Bohrer.

Eu quis entender um pouco dela sobre como tudo que estamos vivendo agora pode impactar os projetos de casas que virão por aí. “Estamos vivenciando mais as nossas casas neste momento. Descobrimos novos cômodos que precisam de alguns objetos de decoração novos, plantas ou mesmo algum mobiliário que faça a diferença e deixe o espaço com um visual diferente e agradável.  Outra tendência que já estamos vendo, são os lugares mais arejados, áreas verdes e espaços para higienização de alimentos, mantimentos etc. Vale ressaltar também, que as casas do futuro ganharão um espaço de transição entre a rua e a casa. Uma espécie de hall, onde será possível higienizar sapatos, bolsas, mochilas etc., antes de entrar no espaço.”

Estamos vivenciando mais as nossas casas neste momento

Thaisa Bohrer

Essa área de respiro entre a rua e a casa parece ser algo que realmente fará sentido. A Silmara Lanatovitz: é arquiteta e urbanista com mais de 30 anos de experiência nos segmentos de arquitetura e interiores. Foi durante 12 anos diretora de criação e projetos do renomado escritório de arquitetura Débora Aguiar. Participou de uma série de eventos e mostras internacionais de urbanismo, decoração e design no Brasil e exterior. Atualmente, trabalha em seu próprio escritório de Arquitetura, onde desenvolve projetos residenciais e corporativos para clientes no Brasil e exterior.

Silmara Lanatovitz

E ela destacou para mim algumas mudanças que ela julga que virão. “As adequações das residências começaram principalmente pelos halls sociais. Onde tínhamos a intenção de ser apenas um lugar impactante, mas meramente de passagem, terá que ter um pouco mais de espaço daqui para frente. Além de aparadores, bancos, armários e/ou cabideiros farão parte do layout onde tirar e guardar os sapatos, deixar bolsas e casacos. Deixá-los no hall será uma prática comum. Peças de mobiliário como bancos, nichos para guardar sapatos, cabideiros, aparadores com produtos de higienização, cestos para chinelos, pantufas e/ou para os pés, farão parte do enxoval e da decoração da casa.”

Peças de mobiliário como bancos, nichos para guardar sapatos, cabideiros, aparadores com produtos de higienização, cestos para chinelos, pantufas e/ou para os pés, farão parte do enxoval e da decoração da casa.

Silmara Lanatovitz

A indústria da criação de casas é viva e tem sempre que se reinventar. Não basta só os arquitetos terem as ideias, é importante que o os materiais evoluam para dar mais seguranças a esses projetos. No mercado há mais de 20 anos, a arquiteta Patrícia Penna é destaque de mostras de decoração no Brasil e no exterior. Com a equipe multidisciplinar que faz parte do escritório Patrícia Penna Arquitetura & Design, assina projetos de arquitetura e design de interiores nas áreas residenciais, corporativos e institucionais.

E eu falei um pouco com ela sobre essas novas necessidades. “Toda tecnologia que assegurar higienização efetiva e menos laboriosa, deverá ser apropriada por projetos residenciais. Bem como materiais resistentes, duráveis, e facilmente higienizáveis. A aquisição de quaisquer materiais, ou a implantação de quaisquer sistemas, deverá passar também por seu custo de aquisição/implantação, manutenção e sustentabilidade. Ainda veremos um exponencial crescimento de tais tecnologias, e apenas aí teremos condições de avaliar quais serão, ou não, viáveis.”

Toda tecnologia que assegurar higienização efetiva e menos laboriosa, deverá ser apropriada por projetos residenciais.

Patrícia Penna

Tecnologia é algo que estará cada vez mais presente em nossas casas como veremos a seguir.

No Brasil a TCL é pioneira em comandos de voz para a casa

foto TCL/Reprodução Internet

E se você acha que ter recursos de Inteligência Artificial em casa ou ainda comando de voz coisa do futuro, está realmente na hora de você rever seus conceitos. A TCL empresa chinesa com operação no Brasil através de uma Joint-Venture com a Semp foi pioneira em trazer aparelhos de televisão com Google Assistente embarcado. Dá para perguntar para TV sobre a previsão do tempo, fazer uma lista de compras para o supermercado e até acender uma lâmpada.

Para entender um pouco mais sobre essas inovações eu falei com o João Paulo Rezende, gerente de Produtos da TCL. “Você começa fazendo automação com lâmpadas ou tomadas wifi a partir de R$ 70,00 e desde o ano passado nossas TVs permitem essa integração.”

Sim se você tiver uma lâmpada WIFI basta apertar um botão no controle remoto da TV basta dizer algo do tipo “ligue a luz da sala” ou “ligue o ar-condicionado” e sem nenhum contato com as mãos as coisas acontecem.

O João me explicou que nas pesquisas que eles fazem com consumidores ao mostrar essas possibilidades todos ficam maravilhados e acabam adotando muito rápido.

Positivo apostou cedo no conceito de casa inteligente.

Outra empresa que se antecipou a todas essas tendências que virão por aí é a Positivo – empresa de tecnologia brasileira muito conhecida por seus computadores – que lançou uma série de produtos agrupados numa linha chamada “Positivo Casa Inteligente”. São lâmpadas, tomadas e até controles infravermelhos que podem ser acionados por aplicativo de celular ou por voz.

E eu quis saber do José Ricardo Tobias, head da Positivo Casa Inteligente, como tem sido a resposta das pessoas a essas inovações. “O brasileiro está se habituando ao conceito de ‘Casa Inteligente’, ao passo que está mais sensível aos benefícios e aproveitando esse momento de isolamento social para tornar a rotina doméstica mais simples e eficiente.”

José Ricardo Tobias/ Foto: divulgação

E será que esse momento de pandemia e do Covid-19 impactou o planejamento da empresa para o futuro? “Em função da demanda crescente por novos dispositivos de Casa Inteligente, estamos trabalhando bastante para acelerar nossos desenvolvimentos nas três principais subcategorias que compõem nosso portfólio: segurança, conforto e automação, e Iluminação. Em breve teremos novidades.”

Intelbras aposta em crescimento do setor.

Longe de ser uma empresa reconhecida somente com produtos de segurança a Intelbras hoje é um importante player quando falamos em casas do futuro. Não a toda recentemente a empresa trouxe a primeira caixa de som inteligente da linha Smarty com a ambiciosa missão de popularizar aqui no Brasil a Alexa (sistema de inteligência artificial da Amazon) na casa das pessoas.

Quem em explicou um pouco mais sobre as ações da empresa nessa área foi a Susana Brockveld – Diretora de marketing da Intelbras. “A aceitação por soluções smart home vem crescendo muito no Brasil. Nós, brasileiros, estamos aos poucos nos acostumando com uma vida mais inteligente, em que para agendar uma reunião, ligar uma lâmpada ou mesmo criar uma lista de compras basta apenas um comando de voz. Só que esse cenário IoT ainda não é comum por aqui, porém, é um mercado com enorme potencial: estima-se chegar a quase 4 bilhões de reais em 2022, e no restante do mundo ele movimenta 1 trilhão de dólares. Estamos no começo da revolução por voz no Brasil (dados IDC – International Data Corporation).

E ela explicou um pouco mais sobre os produtos da empresa para esse segmento. “Nosso portfólio traz produtos fáceis de instalar, configurar e usar, tornando a casa mais conectada e inteligente. É o caso dos roteadores Twibi da Intelbras, perfeitos para quem precisa de um sinal Wi-Fi potente e constante na casa toda, sua tecnologia Mesh trabalha num sistema de malha e pode conectar até 60 dispositivos, como smartphones, smart TVs, videogames e notebooks, tudo com muita rapidez e qualidade constante de sinal de Wi-Fi e o controle dos aparelhos é realizado através de um aplicativo gratuito.”

Ela me adiantou que em breve, a Intelbras estará com uma campanha na TV e on-line, mostrando essa nova realidade que nós brasileiros estamos vivendo com o sinal Wi-Fi em casa.

E se você começou a ler esse texto pensando que a casa do futuro é algo muito distante de você já deve ter notado que ela já começou.

No próximo artigo eu falarei sobre conectividade e inteligência artificial e como as casas tomarão decisões sozinhas enquanto vivemos nelas

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