Confira minha entrevista com o Orkut Büyükkökten criador do Orkut e da Hello
Vai fazer um pouco mais de dois anos que pude entrevistar o Orkut Büyükkökten – criador do orkut.com e do Hello App – e foi realmente uma das melhores que já tive a felicidade de publicar neste blog.
Já em 2018 ele esteve no Brasil para palestrar no Digitalks e eu consegui garantir uma entrevista com ele presencialmente, porém uma nem tão pequena pedrinha nos rins me fez ficar alguns dias em casa e por conta disso a entrevista não rolou.
E então em 2019 ele novamente veio ao Brasil e gentilmente topou um papo mesmo com uma agenda super corrida que foi de participação em eventos como palestrante até um encontro com usuários da sua rede social, a Hello.
Gentileza aliás é algo que define demais não só o próprio Orkut, mas como toda sua equipe de comunicação que nos recebeu tão bem num hotel em São Paulo onde aconteceu essa entrevista. Longe do estereótipo do tech guy todo agitado ele é de uma tranquilidade impossível de não ser notada.
Recentemente ele se envolveu em uma polêmica no Tinder que bloqueou a conta dele (o desfecho dessa história é inacreditável) por julgar que ele era um perfil fake dele mesmo.
E de ser tão inusitado eu quis justamente começar a entrevista falando com ele sobre isso.
Entrevista com o Orkut Büyükkökten – criador da rede Hello
Orkut, eu sei que você esteve no Brasil alguns meses atrás e causou um burburinho na internet em relação ao Tinder. Eu estive pensando sobre a dificuldade que as redes sociais e a internet tem de saber que eu sou eu, que não sou um fake ou outra pessoa. Por que a real identificação na internet é tão difícil?
Eu penso que é muito fácil criar perfis falsos, quase sem esforço você tem um e-mail falso, um número de telefone falso, facilmente é possível usar a foto ou algum item pessoal de outra pessoa. Este problema vem de um grande número de usuários que a maioria das redes sociais têm, o que torna – praticamente – inviável controlar a identidade de um por um diferente do que é possível quando tiramos a carteira de motorista ou fazemos chamadas de vídeo.
E qual o final da história? Tinder entrou em contato com você? Resolveu o problema?
O Tinder acabou bloqueando minha conta, levou quase o dia todo e fui bloqueado no Tinder. Eu escrevi um artigo e mencionei que o que acontece nos relacionamentos é parecido com o Tinder,
Meu Deus! Não há razão para fazer algo assim …
Tudo bem, o engraçado é que o Tinder verifica sua identidade, eles sabem que você é uma pessoa de verdade mas eles me disseram que não podiam verificar minha real identidade pois eu não tinha amigos suficientes no Facebook ou muitos seguidores no Instagram. Isto não me identifica, vivemos numa época em que a medida de respeito e amor que recebemos se dá pela quantidade de amigos ou seguidores que temos e isso mostra o quão quebrada está a rede social.
É um episódio de Black Mirror! Eu acredito que é um novo problema decorrente das novas tecnologias. Que tipo de problemas você vê por conta das novas tecnologias e novas redes sociais? A identidade é um? A privacidade é outro?
Eu penso que o grande problema que temos é a saúde mental. A solidão se tornou uma epidemia como o tabagismo ou a obesidade, as pessoas estão passando mais e mais tempo online e menos tempo se relacionando com os outros na vida real e como resultado temos uma geração que é solitária, que não tem amigos reais, que não se socializa, que não sai para se encontrar cara-a-cara.
Estávamos conversando anteriormente sobre felicidade nas redes sociais e você mencionou a Hello e sua preocupação sobre a felicidade dos usuários. O que você tem feito para melhorar a felicidade dos usuários lá?
Agradecimentos
Novamente agradeço a toda equipe de comunicação e ao próprio Orkut Büyükkökten pela atenção.
A rede social tem uma demanda de modernização da tecnologia, o que vem se aprimorando ao longo dos anos, incorporamos machine learning e otimizamos a inteligência de engajamento e propaganda. A plataforma tenta que os usuários fiquem o maior tempo possível e que as postagens tenham o maior engajamento no segmento. As redes sociais não estão otimizadas para as pessoa ficarem juntas, para trazer felicidade e eu acredito de todo coração que devemos usar o poder da tecnologia e das redes sociais para ajudar as pessoas a ficarem juntas, e não para domesticá-las, ensiná-las a fingir e as fazerem postar somente pelo o engajamento.
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