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Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.

Estou em São Paulo para acompanhar uma coletiva de imprensa para anunciar o lançamento de uma nova solução da Docusign chamada Iris, e nos meus primeiros minutos eu já sei que estou numa empresa que leva a segurança realmente a sério. Além do cadastro de dados inicial e comum na maioria dos prédios da cidade, foi gerado um novo cadastro de acesso para a empresa e ainda um contrato de NDA/Embargo para garantir que as informações apresentadas ali, só seriam divulgadas no momento oportuno.

Contrato assinado, obviamente, usando a solução da empresa, e uma rubrica digital minha na tela do celular. Um ato simples, mas que tem origem na antiguidade. O hábito de assinar contratos, entendido como a formalização de acordos entre partes, tem raízes muito antigas e acompanha a própria evolução das sociedades humanas.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.
Executivos da Docusign receberam a imprensa em São Paulo para o lançamento da Docusign Iris / Foto: Armindo Ferreira.

Os primeiros registros de contratos formais surgem na Mesopotâmia, especialmente com o Código de Hamurabi (por volta de 1750 a.C.). Esse código já trazia regras detalhadas sobre acordos comerciais, empréstimos e vendas, estabelecendo obrigações, direitos e sanções para o descumprimento, gravados em tábuas de pedra. Nessa época, a formalização era feita por meio de registros escritos ou símbolos, e não necessariamente por assinatura como conhecemos hoje. O ato ganhou formalismo na Roma Antiga e se consolidou como prática comum a partir da Idade Média, acompanhando a complexidade das relações sociais e comerciais.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.
Por Rama, CC BY-SA 3.0 fr, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=406236

Não há uma data exata para o surgimento da assinatura em contratos, mas o costume de formalizar acordos por escrito e autenticar a vontade das partes é uma tradição milenar, essencial para a segurança jurídica das relações humanas.

Das tábuas, passando pelo papel até a Inteligência Artificial.

Era de se imaginar que do papel iríamos migrar para as telas e agora das telas para ferramentas de inteligência artificial. A Paula Hansen é Chief Revenue Officer (CRO) da Docusign e explica a complexidade do que é gerir contratos para as empresas. Ela veio ao Brasil para o lançamento da nova plataforma da empresa, chamada Iris e que abordei nesse artigo aqui.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.
Paula Hansen – Chief Revenue Officer (CRO) da Docusign. / Foto: divulgação

O leitor pode achar que é algo muito grande e que não impacta a sua vida, mas ledo engano. De uma matrícula na escola a uma contratação de novo emprego, ou a compra, ou aluguel de uma casa: tudo terá um contrato.

O leitor que é empresário sabe também o quão difícil é gerenciar isso e que um erro nesse segmento pode até causar prejuízo significativo.

Durante o evento ela explicou ainda que o universo digital ainda traz uma nova camada que é diversidade de origens e formatos nos contratos atualmente. Ele pode ser um PDF num Google drive ou um Word numa rede privada. E as empresas globais que precisam ter versões em vários idiomas e adaptados para cada país? Tudo isso foi pensado na nova solução.

E não basta só adicionar IA, é preciso colocar valor agregado nesse tipo de solução. Quem falou mais sobre isso foi o Dmitri Krakovsky-Chief Product Officer (CPO) da Docusign, quem também me explicou sobre como a empresa irá trabalhar com a segurança dos dados. Eles criaram uma nuvem privada que usa soluções de IA de terceiros, mas que garante que os dados dos clientes estejam a parte disso. Ele me falou também que o cliente tem total autonomia para dizer até que ponto a nuvem pode aprender com suas informações. Como eu disse no começo do texto, dá para perceber que aqui segurança está em primeiro lugar. Mas não é só isso.

Empresa demonstra ser uma “boa ouvinte” e parece “vestir bem o calçado do cliente”.

A DocuSign não é uma novata nesse segmento. A companhia de tecnologia, que tem sua matriz hoje em San Francisco, Califórnia, foi fundada em 2003, sendo considerada pioneira no desenvolvimento da assinatura eletrônica. Atualmente, é reconhecida como líder global no segmento de soluções para gestão de acordos digitais e assinaturas eletrônicas.

Mas normalmente empresas com foco muito tecnológico têm uma tendência a se apegarem muito em seu produto e em todas as especificações tecnológicas. Entretanto, a Docusign parece de fato fazer um trabalho de escuta ativa das dores dos clientes e isso é muito incorporado no discurso dos seus executivos. Só por esse diferencial já diria que a empresa vale a atenção do leitor na hora de contratar esse tipo de solução.

O mercado de assinaturas eletrônicas e gestão de contratos digitais segue em expansão globalmente, impulsionado pela transformação digital e pela busca por processos mais ágeis e seguros nas empresas. Segundo Deloitte, 77% das organizações de alto desempenho atribuem o gerenciamento de contratos, aprimorado por IA, ao seu sucesso.

O mercado global de assinaturas digitais foi estimado em cerca de US$ 10,18 bilhões em 2024 e deve atingir aproximadamente US$ 39,11 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa anual composta (CAGR) de 30,88%. Outras projeções apontam que esse mercado pode alcançar US$ 35,2 bilhões até 2026 e até US$ 53,60 bilhões em 2031, com crescimento anual de 38,7% entre 2025 e 2031. Na América do Sul, o mercado também apresenta rápido crescimento, com expectativa de saltar para US$ 43,14 bilhões em 2030, a um CAGR (taxa de crescimento média anual) de 34,8%

Mas o Brasil, bem o Brasil, não é um país fácil quando o assunto é digitalização de negócios.

Temos aqui ainda muitas empresas familiares e muitas ainda resistentes ao adotar novas tecnologias. Não deve ser raro um ou outro empresário falando ainda que só confia no papel, ou até no “fio do bigode”, conforme falado nas cidades do interior. E foi sobre isso que perguntei na seção de perguntas e respostas. Eu quis saber se é um processo de venda que dá muito trabalho e se é preciso praticamente “pegar na mão do cliente”.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.
Christiano Lucena – Group Vice President, General Manager, LATAM da Docusign / Foto: divulgação

Quem me respondeu de forma muito gentil e com a firmeza de quem vive essa realidade no dia-a-dia foi o Christiano Lucena, que é vice-presidente e diretor-geral para a América Latina da DocuSign. Ele disse que cada vez mais esse empresário percebe que está perdendo dinheiro ao não adotar esse tipo de solução. Por isso as barreiras tem sido baixas. “Quando você compara uma assinatura eletrônica de um contrato com no WhatsApp por papel, por exemplo, estamos falando muitas vezes de semanas para 15 minutos. Então, isso é um ganho de aceleração de processo e com a inteligência artificial o ganho fica ainda maior-é onde a gente destrava o valor, porque tem sim um ganho financeiro”.

Mas como a IA pode auxiliar o ato de assinatura de um documento?

Veja que aqui estamos falando mais do que o simples ato de assinar, que é o resultado de uma série de processos anteriores, e é aqui que a IA se sobressai:

Revisão Assistida por IA-Além da sumarização básica de contratos, avaliação de riscos com recomendações de linguagem para alinhar os contratos com as políticas da empresa. Disponível em setembro de 2025.

Agreement Prep-Novas ferramentas para criação e gestão de contratos com modelos dinâmicos que importam dados automaticamente. Disponível em julho de 2025.

Agreement Desk-Espaço de colaboração para equipes de vendas, compras e jurídica rastrearem e gerenciarem solicitações e aprovações de acordos. Disponível em outubro de 2025.

Docusign entra pesadamente no mundo das IAs para gestão digital de contratos e assinaturas digitais.
Reprodução de tela do Agreement Desk da Docusig / Divulgação.

Workspaces-Ambiente seguro e colaborativo para acordos de várias etapas, como integração financeira ou admissão na área da saúde, que mantém todas as partes interessadas alinhadas com uma visão única e organizada. Disponível agora.

Extrações Customizadas-Além de extrações padrão, Navigator oferecerá suporte a extrações personalizadas, permitindo que as empresas personalizem modelos de IA para entender facilmente seus próprios contratos em escala, com apenas alguns exemplos de contratos. Disponível em setembro de 2025.

Do Código de Hamurabi para agentes de IA que no futuro poderão fazer transações-e assinaturas-de forma autônoma, a Docusign mostrou essa semana que está preparada para os desafios desse mercado. Não só pela excelência tecnológica, mas por saber ouvir seus clientes, oferecendo soluções que lá no final da cadeia, vão impactar a vida de quase todo mundo.

http://blogdoarmindo.com.br
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