Na última quinta, 9 de dezembro, a produtora Druzina Content lançou seu terceiro filme de ficção-científica 100% nacional: “Contos do Amanhã”, que chegou aos cinemas na semana em que se comemora o Dia da Ficção Científica Brasileira (11), data escolhida em homenagem ao nascimento do escritor Jeronymo Monteiro (1908-1970), considerado o pai da ficção científica no Brasil. O filme, vencedor de mais de 15 prêmios nacionais e internacionais, foi lançado no circuito comercial, marcando presença em todas as regiões do país. Dirigido e roteirizado pelo cineasta Pedro de Lima Marques, é uma produção independente assinada pela Bactéria Filmes em coprodução com a Druzina Content.
Além de “Contos do Amanhã”, a Druzina Content lançou várias obras recentes no gênero de ficção científica e que já acumularam mais de 30 premiações no mundo todo. O curta “Stone Heart”, de Humberto Rodrigues, e o longa “Loop”, dirigido por Bruno Bini e estrelado por Bruno Gagliasso em coprodução com a Plano B e Valkyria Filmes, por exemplo, foram lançados este ano.
A produtora aposta no gênero também em séries de animação para o público infantil como a franquia “Lupita”, uma coprodução com a Petit Fabrik, protagonizada por uma bebê astronauta – que atualmente pode ser vista até na China – e já rendeu três produções: “Lupita no Planeta de Gente Grande”, “Lupita pelo Mundo” e “Lupita Curiosidades”. Em 2020, a Druzina Content, também em parceria com a Petit Fabrik, investiu num game mobile chamado SILO, ambientado num mundo pós apocalíptico.
Neste momento, a Druzina Content está com vários projetos de ficção científica em diferentes fases de desenvolvimento, tornando a produtora uma referência quando assunto é ficção científica: o filme “Três Desejos no Fim do Mundo” e a série “Jornada de Nemesis”, ambos dirigidos por Saskia Sá; o longa “Pequeno Armagedom”, dirigido por Estevão Queiroga; a série de animação “Holocards Warriors” em coprodução com a Bactéria Filmes e WaveCG, entre outros projetos.
“O Brasil tem um grande público de consumidores ávidos amantes de conteúdos de ficção científica, seja nos livros, games e também no audiovisual. A maior parte do consumo está em filmes e séries estrangeiras que são uma das maiores bilheterias do nosso país. A produção nacional encontra algumas barreiras, mas é fenomenal fazer histórias fantásticas com a nossa cara, com as nossas locações e a nossa cultura. Por exemplo, no filme ‘Contos do Amanhã’ o trabalho com efeitos especiais transformou o viaduto da Borges de Medeiros, um dos mais históricos de Porto Alegre, em um cenário distópico pós-apocalíptico que pode ser conferido até na foto do cartaz do filme. Somos apaixonados por esse gênero e queremos muito levar nosso conteúdo e a identidade brasileira nas nossas produções de ficção científica para o mundo inteiro”, conta Luciana Druzina, CEO da Druzina Content.
Essas características também podem ser vistas nos outros projetos de Sci-Fi da produtora. Em “Três Desejos no Fim do Mundo”, um desastre ambiental provocado por uma mineradora na região de Brumadinho (MG), abre uma fenda espaço-temporal que marca a chegada de uma alienígena, que convence duas mulheres sexagenárias a irem até o Ushuaia, na Argentina, para fugir do fim do mundo.
Já em “Pequeno Armagedom”, dois minúsculos alienígenas tentam conquistar o planeta terra pousando na Amazônia no quintal da simpática idosa Nancy, que para eles é uma gigante invencível. Mas, os pequenos seres acabam ajudando-a a salvar sua casa da especulação de um garimpo ilegal, trazendo como pano de fundo a preservação de uma das maiores reservas de água doce do planeta.
“Contos do Amanhã” é uma aventura adolescente recheada de efeitos visuais e referências aos anos 1990, já que a trama se passa entre o passado e o futuro. Em 2165, o sequestro de Michele Medeiros (Daiane Oliveira) coloca o último reduto humano em guerra. Paralelamente, em 1999, véspera do bug do milênio, o adolescente Jeferson (Bruno Barcelos), recebe misteriosos áudios do futuro pedindo ajuda. Com uma Internet muito lenta, ele precisará encontrar uma forma de salvar a humanidade.
“Aqueles que viveram a adolescência nessa época de pré-bug do milênio, que tinham posters no quarto, usavam camisas de bandas, jogavam Super NES, e passaram pelo auge do compartilhamento de formatos mp3 pela Napster e usaram muita internet discada, vão se enxergar na tela. Estamos muito empolgados!”, completa Luciana. Antes de estrear no país, o filme foi exibido em 27 festivais de cinema de gênero no mundo, incluindo o Boston Sci-fi Film Festival, um dos mais importantes eventos da categoria. A produção arrematou 15 prêmios em 12 países.