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Fallout soube aproveitar bem o rico lore do Game e promete uma franquia que funciona bem em todas as telas.

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Antes de falar da série, preciso ser honesto com o leitor: Fallout é uma das minhas franquias preferidas no mundo dos games, principalmente o 4. O jogo é repleto de dilemas morais e éticos, permitindo criar e apoiar comunidades devastadas, e, na minha modesta opinião, consegue simular bem como seria nossa vida pós-apocalipse nuclear.

É verdade que a pegada não é muito diferente dos games/filmes/séries de zumbis. Não é sobre os mortos-vivos, mas sim como lidamos com eles e como a sociedade se organiza em um novo formato com um cenário extremo de sobrevivência.

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E é nessa última temática que Fallout tem um grande mérito. O game começa a partir da premissa de uma linha do tempo alternativa da Terra, onde as coisas desandaram em uma década de 50, em que as pessoas levam uma vida comum nos subúrbios dos Estados Unidos, mas também têm robôs e coisas nucleares.

E nesse mundo paralelo, as pessoas sabem que a guerra nuclear pode dizimar a terra, e então chega uma empresa chamada Vault-Tec, que cria bunkers que seriam não só uma proteção, mas também a chance de criar uma nova civilização. Porém, por baixo dos sorrisos e joinhas, há outras aspirações para esses abrigos.

E é algo para poucos. Os que não conseguiram ir para os abrigos e não viraram cinza acabaram sobrevivendo em um mundo devastado, alguns sofrendo mutações, outros criando comunidades de sobrevivência. Também surgiram alimentos novos, como vacas com duas cabeças e baratas gigantes, que não só sobreviveram mas evoluíram nesse mundo caótico.

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Aqui, para sobreviver, é preciso saber negociar, trocar e se proteger. São tempos difíceis.

E então vem a série exclusiva do Prime Video.

O leitor deve perceber então que eu estava muito ansioso pela série, e é verdade. Em dezembro, na CCXP, pude ver algumas cenas em primeira mão e gostei de absolutamente tudo, mas sempre fica aquela pontinha de dúvidas, afinal de contas, o mundo das adaptações dos games era de mais erros que acertos, mas parece que estamos agora vivendo uma era pós-super-heróis, onde agora o mundo dos games ganha um protagonismo especial. Que bom.

Foi então na semana passada que fui até São Paulo em um evento do Prime Video Brasil para assistir aos dois primeiros episódios da série em antecipado. E foram quase duas horas no cinema sem piscar.

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Várias coisas para os fãs dos games estão lá, como ventiladores espalhados pelas casas abandonadas (e que no jogo viram peças para melhorias de armas), as Nuka-Cola (bebida favorita antes e depois do bombardeio) e claro, baratas radioativas.

As facções do jogo (com algumas adaptações) estão lá também. É o caso da Irmandade do Aço (uma mistura de exército com religião) e os Necróticos, que são humanos que sofreram uma mutação mais pesada. E é a história desses três personagens que vai se cruzar no decorrer da série.

Tem muito de Quentin Tarantino. Cabeças explodem no melhor estilo gore, com vísceras e peles penduradas para todo o lado. E tem também um pouco de Mad Max, principalmente pelo figurino pós-apocalíptico feito com restos de outras roupas e couros vindos de caças.

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E há aqui algumas sutilezas que os fãs do jogo vão pegar, como, por exemplo, companheiros de batalha que carregam seu inventário e as lojas e oficinas onde se compram itens e se melhora a armadura.

Ella Purnell foi uma grata surpresa para mim. No começo, não gostei muito da escolha, mas nos primeiros 20 minutos da série, vi que estava errado. Eu achava que ela tinha uma aparência muito frágil para sobreviver muito tempo em um cenário tão árduo, mas ela entrega uma certa inocência e força na mesma moeda, criando um personagem muito mais complexo do que parece. E os outros personagens percebem que a menina que foi criada num refúgio embaixo da terra tem suas limitações e, às vezes, tem empatia, às vezes repulsa, e mais uma vez essa dualidade funciona bem.

Para mim, é difícil dizer se quem não conhece os games vai gostar da série, porque eu sou muito influenciado. Mas acho que é um universo tão rico que vai sim cativar muita gente pela narrativa envolvente e o rico cenário criado generosamente pela equipe de produção.

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E dá pra ver nas entrelinhas um certo sarcasmo e crítica social que permeiam toda a trama de um jeito muito bem de ver. O tempo todo a série brinca com dualidades, como se o doce e o azedo estivem em cada frame. Assim como Alice encontra um mundo cheio de regras diferentes, nossa ingênua protagonista ira se deparar com um universo onde o absudo é o normal.

Para não dizer que gostei de absolutamente tudo, acho que às vezes a narrativa dá um salto do nada, de uma caminhada para uma vastidão de areia até o caminho a ser seguido. Mas é um detalhezinho em comparação aos demais elementos.

Ainda não acabei a série (estou degustando cada episódio), mas se continuar assim, deve a melhor obra audiovisual de games dessa nova leva do mundo dos streamings.

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