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Hyper Festival 2019 desenha o futuro da Realidade Virtual e Realidade Aumentada no Brasil

Eu estive no Hyper Festival 2019 que em seu quarto ano trouxe foco especial nos negócios dos conteúdos e tecnologias imersivas, as melhores experiências de realidade virtual internacionais, importantes profissionais internacionais e nacionais em painéis sobre produção de experiências, jornalismo, desenvolvimento de games, narrativa imersiva, além de demos, expositores e network.

A primeira coisa que me chamou atenção ao chegar no evento foram os balões colocados estrategicamente no teto o que me fez pensar que enquanto o evento acontecia ali no real, outro acontecia numa camada virtual. Um pé no chão e a cabeça nas nuvens é uma frase que pode definir bem o evento suas diversas camadas.

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Em três andares o evento mesclava pessoas tendo experiências imersivas em seus óculos de realidade virtual e em painéis, discussões e palestras em um auditório e também em sala de aula.

E incrivelmente muitas, mas muitas palestras internacionais. Um desses palestrantes foi o HUGH HOU da empresa com sede em Los Angeles (EUA) Creator Up – uma produtora de conteúdo VR. Em entrevista exclusiva ao Blog do Armindo ele me disse que “este é um bom momento para começar a criar conteúdo de realidade virtual e que tanto o Facebook quanto o Google estão em busca de conteúdos nesse formato e principalmente em formatos para monetizar esse tipo de conteúdo”. Numa sessão mais prática numa sala de aula ele deu uma declaração surpreendente: “em alguns trabalhos não conseguimos mão-de-obra para atender toda demanda.”

HUGH HOU da empresa com sede em Los Angeles (EUA) Creator Up

Mesmo otimismo passado pela especialista inglesa Alex Ruhl – Produtora e diretora – Cats are not Peas. Ela discorreu sobre alguns modelos de negócios envolvendo realidade aumentada e como é possível criar negócios rentáveis nesse negócio. Uma fala motivadora sem dúvidas.

O cenário nacional é cheio de desafios e oportunidades.

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A alta do dólar, variação cambial e a dificuldade de distribuição de conteúdo são desafios para o desenvolvimento nacional dese setor. Mesmo assim os empresários que atuam nesse segmento identificam oportunidades.

É o caso do Nelson Porto – do Estúdio Kwo do Rio de Janeiro. Ele me contou que eles participam como expositores do evento desde a primeira edição do Hyper Festival. “O mercado em termos de experiências autorais tá forte e tá sendo bem recebido internacionalmente e a produção comercial interna (conteúdo publicitário e corporativo) está retomando. Primeiro semestre foi um pouco fraco e agora no segundo sentimos uma retomada e um interesse maior do mercado em geral. É um mercado que está em crescimento para quem está de fato disposto a investir”, definiu Porto.

Mesma percepção de outro expositor. O Daniel Sasso é diretor da empresa especializada em áudio Lab657 e que também produz áudio para audiovisual imersivo. “Eu gosto muito desse evento justamente pela contribuição que dá ao mercado. A gente vê os movimentos que o Facebook está fazendo e fica empolgado com as novas oportunidades. Eu ainda acho que precisa crescer mais. Parece que a gente ainda tá num momento onde quem produz acaba consumindo o que os outros produzem”, sentenciou Sasso.

O evento é acima de um tudo para inspirar.

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Entre os corredores do evento grandes players do setor audiovisual do país. De diretores premiados de comerciais famosos a criadores de conteúdo independentes. E todos concordam em uníssono que o Hyper Festival tem uma contribuição decisiva.

E no meio da correria ainda consegui um tempinho para falar com o Fabio Hofnik, idealizador do Hyper Festival. Durante a conversa o olhar sempre indicando o futuro, mas eu quis começar perguntando a ele qual balanço ele fazia do evento nos últimos anos.

A gente já começa a ver os avanços do mercado e como o Hyper Festival contribuiu para isso, como por exemplo, os cases que estamos avaliando hoje os resultados do que foi apresentado nos anos anteriores. Hoje o termo realidade virtual está mais popular e é um mercado que está crescendo muito, mas há uma série de desafios com isso.

Mas assim como os demais participantes ele lembra dos desafios para o crescimento. “A gente tem dois problemas grandes aqui no Brasil. Um deles é o dinheiro principalmente quando você fala de Dólar para Real numa tecnologia que depende de hardware – que não é vendido no Brasil. E aí quando um produtor de conteúdo vai vender isso para um cliente ele vai colocar todo esse custo dele e isso fica muito caro para o cliente na ponta final. Ele também me disse que a ideia de trazer palestrantes internacionais para o Brasil é Inspirar. “Quando um estrangeiro fala aqui ele dá uma visão de como a gente pode resolver nossos problemas locais e aí passamos da experimentação para a produção em si. Esse conteúdo inspira o mercado nacional e é sem dúvidas um dos objetivos do Hyper Festival”, finaliza Hofnik.

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