Já joguei Diablo IV – vale a pena comprar? Confira a review
Este é um daqueles reviews difíceis para mim, mas é preciso que eu comece o texto falando sobre isso para ser o mais justo possível com o leitor: eu sou muito fã da franquia. Tomei todo cuidado do mundo para fazer a análise mais técnica possível para ajudar o leitor a saber mais sobre o jogo.
O primeiro game da série foi lançado pela Blizzard em 1996 e contava a história do pequeno vilarejo de Tristram que estava assolado pelo mal mais puro do Diablo, o Senhor do Terror. Na data o game rodava em PCs bem mais modestos dos que existem hoje e de certa forma era revolucionário pela dinâmica de gameplay e narrativa, além de um modo multiplayer. Uma das melhores lembranças que eu tenho do game é sobre a progressão e como conforme você avançava no jogo e a narrativa ia se construindo. E eu voltarei nesse detalhe em breve nesse review.
A história de Diablo IV
A história de Diablo IV se passa 50 anos depois dos acontecimentos de Diablo III, introduzindo uma nova parte do Inferno tanto para os veteranos quanto para os novatos aniquilarem. Buscando refúgio do conflito eterno entre o Paraíso Celestial e o Inferno Ardente, Inárius e Lilith criaram Santuário e deram vida aos nefalem com a Pedra do Mundo roubada. Temendo a destruição de seus descendentes híbridos, Lilith liderou uma ação violenta para proteger os nefalem, fazendo Inárius dar as costas a ela, bani-la para o abismo e tornar-se seu inimigo. O retorno de Lilith desencadeia uma era de escuridão e sofrimento.
Após longo exílio, Lilith voltou a Santuário, evocada por um ritual sombrio. São quatro papéis que podem ser assumidos pelo jogador: Bárbaro, Druida, Necromante, Renegado ou Mago. São cinco áreas que devem ser exploradas para desfazer a agonia causada por Lilith no mundo que ela ajudou a criar.
Diablo IV é a experiência de RPG de ação da próxima geração com maldade sem fim para abater, inúmeras habilidades para dominar, masmorras de pesadelo. Você pode embarcar na campanha sozinho ou com amigos, conhecendo personagens memoráveis através de cenários sombrios e uma história emocionante. Já o end game permite um mundo compartilhado onde os jogadores se encontrarão em cidades para negociar, se unir para lutar contra chefes mundiais ou descer em zonas de PVP para testar suas habilidades contra outros jogadores – sem necessidade de lobbies – com cross-play e cross-progression em todas as plataformas disponíveis.
Minha experiência de gameplay
O game começa com uma belíssima cena onde vemos que foi realizada uma cerimônia para invocar Lilith e ela surge com a promessa de “proteger seus filhos” cooptando moradores simplórios de vilas. Pessoas que vivem suas vidas de forma simples e lidam com as dificuldades de contar com poucos recursos, vivendo do que a natureza fornece e anestesiando a dor em festas nas tavernas recheadas de cerveja e caldos de gosto duvidoso.
Enquanto tomamos contato com esse começo do jogo somos apresentados a toda dinâmica de gameplay. Primeiro é claro você pode montar o visual do seu personagem. São infinitas possibilidades. Eu gosto de ter uma gameplay mais a distância então minhas opções naturais seriam pelo necromante ou o mago. Mas eu fiquei com a última opção. Quis também customizar tudo do meu personagem, mas você pode optar por um modelo pré-definido. O meu ficou assim:
Coisas estranhas acontecerão logo no começo do game e aos poucos você descobre a mecânica do jogo. O primeiro destaque é a posição da câmera que ajuda muito na dinâmica de movimentação e visão do jogo. É possível dar um zoom para ter um detalhamento maior do personagem ou do ambiente. Nesse momento você descobrirá como a tela funciona e as informações disponíveis, e a dinâmica da árvore de habilidades e itens que podem ser descobertos e trocados com roupas e itens que adicionam habilidades especiais ao jogador, assim quanto mais itens você coleciona, mais poderá se preparar para os desafios que virão.
Lembre que o game é acima de tudo um RPG. Então não saia rushando como se não houvesse amanhã. Explore os cantinhos, quebre baús, recipientes e qualquer outro item “quebrável” fuce em todo canto do jogo e você descobrirá poções, itens e ouro.
Jogar com calma, ou melhor, degustar o jogo será o melhor jeito de aproveitar toda história. Converse com tudo mundo e nas masmorras que se comportam como labirintos, evite só fazer o caminho óbvio e você será recompensado.
Qualidade gráfica, sonora e localização de Diablo em português pt-br
Eu tenho um PC baseado em tecnologia AMD com um processador Ryzen 9 e uma placa intermediária Radeon RX 6650 XT. E com essa configuração eu consegui jogar com tudo em alta e nessa configuração o game oferece uma experiência linda. Confira a minha configuração:
É impressionante a riqueza de detalhes que muda a cada área com biomas e criaturas próprias. Alguns cenários são realmente assustadores e conseguem dar a exata noção das coisas horríveis que aconteceram por ali.
Jogar o game com um belo headset vai fazer toda diferença. Além da trilha sonora que faz toda diferença no jogo os efeitos estão incríveis e colocam você no game com uma pegada de filme de terror. Jogue a noite, com as luzes desligadas e o fone bem encaixadinho e simplesmente se jogue no rico universo criado em Diablo IV.
A localização em português está impecável e agrega demais ao jogo. Se você tem problemas com o inglês, pode jogar em português que todo trabalho nesse idioma está muito bem cuidado.
Durante todos os meus testes eu não tive problemas com desempenho gráfico, polimento ou queda de quadros significativa. Fato que eu não participei de nenhuma missão em multiplayer com centenas de jogares versus algum chefão. Mas jogando a mainstory não tive nenhum erro, glitch ou bug que tenha atrapalhado a minha gameplay. Em alguns momentos eu acho que a inteligência artificial deixa alguns inimigos menores meio perdidos e mais fáceis de abate, mas como eu joguei no nível mais fácil, pode ser por esse motivo.
A cinemática do game é surpreendente e vale a pena parar para simplesmente apreciar a história.
Em resumo o jogo está belíssimo e com uma estética com uma pegada meio gótica-sombria perfeita ao universo e momento da franquia.
O Roteiro de Diablo IV: sem dúvidas um ponto alto dessa edição.
Narrativas com vilões que tem uma boa motivação são sempre envolventes. E a Lilith tem isso de sobra. Ela não é simplesmente má e assume de certa forma uma figura materna que quer “cuidar” de seus filhos. E ela encontra pessoas desacreditas que buscam um sentido para o que fazem.
E o roteiro segue uma progressão interessante como se vocês estivesse seguindo uma espiral que te puxa para baixo e também para as profundezas. E é interessante como, conforme você avança na história, as forças sombrias vão ficando mais fortes e deixando o game cada vez mais sombrio. É como se você entrasse numa areia movediça que vai te puxando cada vez para baixo e que a cada movimento você se afunda mais. Não dá pra confiar em ninguém, e nem sempre o que parece é.
E essa característica foi o que mais me conectou com o jogo, justamente por se conectar com o formato do primeiro Diablo, nessa espiral decadente que te leva para um lore rico e envolvente e que se conecta com a história maior perfeitamente.
Eu arriscaria dizer também que o game segue uma espécie de narrativa adaptativa. Eu mesmo não morro de amores por ficar quebrando a cabeça, fazendo sidequests ou construções complexas de armas: normalmente quero só progredir na história. É claro que em alguns momentos seu personagem pode não dar conta de algum chefe. Mas de uma maneira geral eu penso que se você quiser viver toda complexidade fazendo builds bem pensadas, armas superiores e magias tunadas, ele também irá te oferecer essa experiência mais profunda.
Eu não cheguei conseguir jogar o endgame ainda, mas como de hábito deve existir uma nova experiência de gaming e eu voltarei aqui para falar sobre esse momento do jogo.
Loja, passes de batalhas e conteúdos extras.
Assunto sempre polêmico, nesse caso a Blizzard garantiu que são só itens cosméticos e esses estão belíssimos.
Teremos também passes de batalhas e a empresa deve ainda liberar conteúdos extras para ampliar a experiência no vasto universo criado em Diablo IV. Tem tudo para durar ainda por alguns anos.
Há ainda eventos online que acontecem de tempos em tempos no mapa, mas eu valorizei a minha saga solitária.
Veredito – o que eu achei de Diablo IV.
Resumindo? Tá um jogão. A adaptação ao estilo do jogador e a narrativa envolvente me pegaram de jeito e me fizeram ficar totalmente imerso na narrativa dessa versão. O esquema de progressão do game faz você ir mergulhando cada vez numa espiral maligna que te arrasta até o final do jogo.
Tem tudo para ser um título para ser jogado por centenas de horas trazendo experiências únicas ao seu gameplay.
Eu joguei Diablo IV com uma licença fornecida pela equipe de comunicação da Blizzard do Brasil. A classificação indicativa do game é 18+.