Nem tudo que reluz é ouro no Multiverso
Pronto foi só o todo poderoso do Big F falar em multiverso que foi todo mundo correr atrás do hype. Eu já sei por fontes que teve marca que chegou pra agência e falou “eu quero” seja lá o que for e é claro que vão de novo encaixar o quadrado no buraco do triângulo pra mandar o boleto, mas vamos organizar a coisa toda.
Universos virtuais de interação social não são novidade. Há muito tempo games como World of Warcraft fazem esse papel. Mas talvez o principal expoente desse fenômeno tenha sido a criação do Linden Lab, o Second Life (há quase 20 anos), que de acordo com a definição da Wikipedia é:
um ambiente virtual e tridimensional que simula a vida real e social do ser humano através da interação entre avatares
Eu vivi alguns anos no Second Life, e cheguei até a pular carnaval, numa ação criada pelo IG e que transmitia o carnaval de Salvador em telões virtuais. Mas uma novela da Globo fez uma festa lá (em 2007!!!) e imóveis virtuais eram vendidos com dinheiro real pela Tecnisa.
Recentemente o game Fortnite fez um caminho muito parecido ao criar uma espécie de clube de férias virtual com shows de grandes DJ´s em raves virtuais onde avatares balançavam seus esqueletos feitos de bits – mais de 10 milhões de pessoas fizeram isso. Em 2019 a Disney chegou a fazer um lançamento com cenas inéditas de Star Wars dentro desse mundo virtual. Durante a pandemia uma empresa trocou as reuniões do Zoom por personagens em volta de uma fogueira no game Red Dead Redemption 2.
Ou seja de certa forma o tal multiverso não é novo. Mas então qual é o hype? Acontece que a empresa dona do Facebook quer levar isso para a realidade virtual onde você coloca um óculos e vive tudo isso que eu falei aqui de uma forma mais imersiva. A teoria é linda, mas a prática nem tanto.
O primeiro entrave é o enjoo e tontura causados por você andar sem se mexer e isso causa uma espécie de bug no cérebro. Eu já entrevistei alguns profissionais da área que me disseram que isso tem diminuído, mas ainda existe. Além disso conseguimos pensar em pessoas felizes passando horas vivendo uma vida virtual no ambiente 3D sem interação social real? A pandemia nos mostrou que o isolamento vem com vários problemas de saúde física e mental.
Então se pensarmos no conceito de multiverso mais amplo ele não é novidade, e se pensarmos no modelo Meta ele me parece ser muito mais conceitual e um hype do algo tão tangível no momento.
Nem todo hype que reluz é ouro.
DESTAQUES DA SEMANA
.Tech
A Tramontina lançou essa semana um cooktop inteligente que praticamente cozinha por você. Já a Microsoft lançou uma versão do Teams focada em pequenas empresas, trata-se do Microsoft Teams Essentials. E a Heineken está trazendo para o Brasil o robô B.O.T (Beer Outdoor Transporter), sucesso nos EUA, capaz de conduzir de forma autônoma um cooler com até 12 latas de cerveja para fazer uma promoção com seus consumidores.
.Games
O clássico game de cartas físicas Magic: The Gathering já tinha uma plataforma digital de sucesso e agora acaba de receber uma solução simples e interessante em que os jogadores podem jogar suas cartas físicas, porém com amigos remotos. Eu pude jogar em antecipado o novo game da Etermax com quizz no formato singleplayer. Eu conto tudo o que eu achei da novidade aqui.
.Entretenimento
Eu penso que será uma tendência os fan events em cinemas, transformando a experiência da grande tela em algo mais lúdico e em uma nova experiência social. A UCI terá uma iniciativa nesse sentido que vale a pena acompanhar. Já a Vivo libera o sinal de diversos canais no mês de dezembro – se você é assinante da empresa aproveite!
Dica do amigo geek
E se você acha a discussão sobre o Multiverso moderninha, que tal pensar em viver num multiverso pós-morte? Essa é a temática da série que eu adoro (e que não fez muito sucesso) chamada Upload e que está disponível em Amazon Prime Video.
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