Nosso teste com o Volkswagen Virtus: sedã moderno sem ser carro de tiozão
Basta uma conversa com os amigos para alguém em algum momento associar a palavra “sedã” com “é carro de tiozão”. Figura mitológica essa que faz a piada do pavê no final do ano e que tomou formas na antiga propaganda da Sukita. Quando a gente pensa em tiozão pelo menos para mim é a primeira imagem que aparece na cabeça:
E só de ver a foto acima dá pra sacar porque o Virtus não é um sedã-tiozão, pelo contrário. O carro é lotado de sensores e funcionalidades tecnológicas que agradam até os mais exigentes nerds, como eu, por exemplo. Durante uma semana a convite da Volkswagen eu pude usar e testar o Virtus em diversas condições e a seguir conto um pouco mais dessa experiência. Nunca é demais lembrar que não sou especialista em carros, então não vou falar de torques ou potência de motor. A seguir darei minhas impressões como um nerd apaixonado por tecnologia e inovações tecnológicas e em como elas podem mudar a sua vida.
Câmbio automático e o primeiro susto.
O modelo que a Volkswagen me disponibilizou foi um Virtus Highline 200 TSI completinho (tirando o banco de couro veio com todos os opcionais) e uma dessas facilidades era o o câmbio automático e este blogueiro que vos fala nunca tinha dirigido um carro assim. Então o pessoal da empresa me deu uma aulinha básica. Põe a alavanca do câmbio na letrinha certa e pronto. Vai. E não é que foi? A curva de aprendizagem é muito rápida e em poucos minutos eu já estava dirigindo.
E a minha primeira missão foi pegar a Via Dutra no horário bem, mas bem lotado e aí um susto. Logo quando eu ia sair da estrada para ir para casa um caminhão tanque na minha frente deu uma freada brusca. Eu sempre mantenho uma boa distância dos carros da frente (colisões traseiras são os acidentes mais comuns no trecho da Dutra que eu dirijo, de acordo com a concessionária) mas mesmo assim eu achei que não ia conseguir parar, e então o que me restou foi colocar o pé no freio e jogar o carro para uma área de escape e então a mágica aconteceu. O sistema de freios do carro deu muita conta do recado e ele ficou super estável enquanto eu jogava o carro para o lado. A impressão que eu tive foi que eu pisei no freio e o carro fez o resto. Pesquisando eu pude ver que não era só uma impressão.
O Virtus tem freios a disco nas quatro rodas como item de série nas versões TSI. Freios a disco colaboram para melhor performance e proporcionam maior resistência ao chamado “fading”, a perda de eficiência por aquecimento (numa descida de serra, por exemplo).
Todas as versões do Virtus são equipadas com M-ABS, que inclui o sistema de freios antitravamento ABS (um dos mais modernos disponíveis) e outros recursos de segurança, como o EBD (distribuição eletrônica das forças de frenagem), que distribui eletronicamente as forças de frenagem entre os eixos traseiro e dianteiro, garantindo a estabilidade e a segurança.
Também está incluído no M-ABS o TC (Controle de Tração), que tem a função de reduzir o escorregamento das rodas durante a aceleração ou quando o veículo começa a destracionar, em curvas acentuadas, controlando eletronicamente o torque do motor.
Ainda nas versões TSI, o Virtus é equipado de série com ESC – Controle Eletrônico de Estabilidade. Esse sistema reconhece um estágio inicial de que uma situação de rodagem crítica está para acontecer. Compara os comandos do motorista com as reações do veículo a esse comando. Se necessário, o sistema reduz o torque do motor e freia uma ou várias rodas até atingir a condição de estabilidade.
Um carro sem chave.
Eu sou uma pessoa nerd. Muito nerd e adoro firulas tecnológicas. E pode ser um detalhe bobo, mas é maravilhoso usar o sistema sem chave do Virtus. Desde que a chave esteja por perto (no bolso por exemplo) você pode abrir e fechar o carro sem a chave. Para abrir basta fazer o movimento natural de pegar na maçaneta da porta.
Para fechar também basta encostar num sensor com o dedo.
Para ligar o carro é só apertar um botão. De fato tudo sem chave.
Cheio de sensores.
E por falar em sensor há vários deles espalhados pelo carro. Até sensor de calibragem de pneu. Eu nunca lembro quando tenho que calibrar o meu pneu e tenho a impressão de ser uma das tarefas mais chatas do carro. E pode parecer uma bobeira, mas ter um aviso disso é literalmente – o leitor me perdoe o trocadilho – uma mão na roda.
Mas há vários sensores de estacionamento e de segurança (para acionar os airbags). Há vários controles automáticos também como os de farol, ar-condicionado, chuva e posição de espelho retrovisor para a ré.
É o tipo de tecnologia que eu gosto porque elá está ali trabalhando para você sem que você perceba. Coloque tudo no automático e seja feliz. Foi o que eu fiz e funcionou bem.
O espaço interno também é um absurdo. Tem apoio pro braço, vários porta-trecos e até um espaço refrigerado. São 521 litros de capacidade no porta-malas, um dos maiores da categoria.
Pra quem está acostumado com um compacto, como eu, estacionar o Virtus pode dar medo. Mas o sistema de Park Pilot dele é primoroso.
Atenção senhores passageiros com vocês o painel de avião, ops do Virtus.
O painel totalmente digital do Virtus é um escândalo de tecnologia. São dezenas de configurações que você customiza no sistema de infotainment. Dá pra colocar o mapa no painel principal junto com o velocímetro. Ou o mapa do lado e as instruções no meio, e ainda dá para salvar seu perfil. Assim o marido pode ter um painel e a esposa outro sem susto. Só a um toque do botão.
No escuro o painel fica ainda mais lindo:
O sistema de navegação deu conta do recado em todos os testes que fizemos mas o sistema de reconhecimento de voz as vezes te deixa na mão: em mais de um teste ele não reconheceu a rua que eu queria ir. Mas digitando vai tudo bem. Os controles digitais se ativam com o passar da mão na frente da tela e por lá dá pra controlar várias funcionalidades do Virtus.
Ele é todo bonitão.
Andando na estrada por mais de uma vez as pessoas iam desacelerando para ver o carro e assim foi durante todos os nossos dias de teste. Por onde ele passa chama a atenção. É um carro com curvas charmosas e uma pegada tecnológica.
Deu dúvida? Chama o Watson.
A empresa deixou uma das tecnologias mais interessantes – por enquanto – fora do carro. Trata-se do sistema de inteligência artificial cognitiva da IBM o Watson. Não entendeu nada? Eu explico. O Watson é um programa de computador que simula a inteligência humana tentando ficar com a linguagem mais parecida com a que usamos no dia a dia.
Então é só você instalar no seu celular o app Meu VW (ele só funciona com o número do chassi do Virtus: então não vai funcionar com outros carros e sem o Virtus correspondente) e aí perguntar coisas sobre o carro. E ele vai te dar a melhor resposta para sua pergunta.
Nos nossos testes eu tive que calibrar o pneu do carro e logo na primeira resposta ele já me deu a informação correta. Das cerca de 15 perguntas que eu fiz ele acertou as 15. UAU Volkswagen.
Também dá para tirar foto de uma luz que tenha acendido no painel e o manual vai te explicar o que é aquela luz.
Imagina quando isso for dentro do carro? Imagina Volkswagen??? Hein.. Hein…
Mas e aí Armindo vale a pena ter um Volkswagen Virtus?
Eu estou acostumado com carros mais urbanos tais como os compactos e sub compactos, mas confesso que o Virtus foi a melhor experiência que eu tive com um carro em toda a vida. Todo o sistema trabalha para que você tenha a melhor experiência possível. Nos nossos testes somente os comandos de voz e o pareamento com o Android Auto não funcionaram bem, mas a conexão com o celular se dá de uma forma muito natural e fazer e receber ligações é muito tranquilo. O sistema de navegação do carro funcionou em todos os nossos testes de forma surpreendente.
Com tantas funcionalidades tecnológicas legais o Virtus é o carro ideal para quem quer ter um sedã compacto e moderno e fugir do estigma do carro de tiozão. O motor TSI dá conta de sobra do recado mesmo na estrada, na subida e com o ar-condicionado ligado no último.
Na minha opinião trata-se do melhor carro nessa categoria e portanto a melhor compra nesse segmento. E sim já deixou saudades.
O Blog do Armindo testou o Virtus a convite da Volkswagen. Todas as fotos que você viu aqui foram tiradas no uso do carro, sem tratamentos ou retoques.