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Orkut Büyükkökten lança a versão 3.0 da Hello e faz duras críticas ao modelo atual das redes sociais e como elas impactam a sociedade.

Eu já posso pedir música pro Fantástico porque pela terceira vez entrevistei a lenda da internet brasileira, o Orkut Büyükkökten, criador da saudosa rede Orkut.com e da atual rede Hello, que acabou de passar por melhorias e muitas dessas graças ao feedback do público brasileiro.

Print da minha conversa com o Orkut Büyükkökten por Google Meet

Ele tem um carinho muito grande pelos usuários brasileiros que sempre tiveram uma conexão muito forte com a lendária rede. “Nosso happy-hour virtual da equipe tem caipirinha”, me contou o Orkut durante a entrevista feita por Google Meeting em inglês. As aspas abaixo dele não são traduções literais, mas uma livre versão minha.

Já está devidamente vacinado (a vacinação nos EUA está bem avançada), porém a equipe continua no trabalho remoto. E foi durante esse processo que o time fez melhorias na Hello, numa versão 3.0 com diversas mudanças e melhorias que lembram muito a antiga rede, principalmente no quesito das comunidades. Momentaneamente disponível apenas para Android e em breve para IOS, a versão 3.0 traz novos recursos como:

  • Feed redesenhado que enfatiza os criadores de conteúdo;
  • Imagens dos jots (como são chamados os posts na Hello) em qualquer tamanho;
  • Comentários e legendas ganham mais destaque para incentivar os usuários a engajar nas conversas;
  • Marcação de personas e comunidades de forma simplificada;
  • Exibição de comentários recentes em postagens do feed para que o usuário possa entrar de forma mais rápida em uma conversa;
  • Personas e comunidades mais aparentes dentro do app e visual novo e mais moderno.

Mas desde a minha primeira conversa com ele, sempre falamos de como as redes sociais podem ser maléficas aos usuários. “No começo as redes nos deram um poder enorme de visibilidade e alcance das nossas mensagens e depois nos tiraram isso. Então passamos a ser qualquer outra pessoa e paramos de ser nós mesmos. Com a enxurrada de notificações que recebemos de celebridades e outras pessoas que seguimos nós vamos ficando com a sensação de que nunca somos bons o bastante e que você nunca está se sentindo amado e aceito o suficiente e isso cria uma sensação constante de que estamos infelizes porque nós paramos de sermos gratos pelo que nós temos porquê constantemente nos comparamos com outras pessoas e isso nos deixa tristes e insatisfeitos.”

E continua. “Há pesquisas que indicam que as pessoas estão passando mais tempo nas redes sociais e quanto mais tempo elas ficam nas redes mais elas se sentem sozinhas, depressivas e infelizes e as deixando cada vez mais isoladas. Se você pega dados do passado do Orkut.com, você vai ver que as pessoas têm lembranças felizes”, lembra o Orkut que esteve antes da pandemia no Brasil, conversou pessoalmente com usuários da Hello e coleciona dezenas de histórias de pessoas que ficaram amigas ou até casaram depois de se conhecerem na rede Orkut.com.

Mas é possível existir uma rede social focada na felicidade dos usuários? “Sim, eu tenho plena convicção de que isso é possível. Hoje temos redes em que o algoritmo trabalha para mega corporações, para o mercado publicitário e para o marketing, mas podemos sim ter uma rede com outros valores. Na Hello valorizamos as amizades e que as pessoas se encontrem por suas afinidades e gostos e isso faz toda diferença.”, me explicou Orkut.

“Eu gostaria de advertir a sociedade para que as pessoas procurem lugares saudáveis alternativos nas redes sociais e não espaços digitais que criam um vício negativo.”

Orkut Büyükkökten

Sempre muito animado e empolgado com a rede ele me contou que está pessoalmente programando a nova versão da Hello para dispositivos Apple e que as mudanças não param de chegar. E eu pedi um último recado aos fãs brasileiros:

“Se você está na Hello continue “helloing” e se você não está experimente a nova versão e se divirtam. “

http://blogdoarmindo.com.br