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RM Vale TI abre novos horizontes para mudanças na região do Vale do Paraíba

Assim que coloquei o pé no primeiro dia da RM Vale TI – Feira e Congresso de Tecnologia e Informação – fiquei emocionado. E olha lá eu já fazendo uma selfie na entrada do evento.

Há tantos motivos para listar ao leitor e que dificilmente conseguiria expressar aqui, mas consigo falar sobre alguns. O primeiro deles é que eu vi a feira nascer, participei das primeiras reuniões que definiriam como ela seria e mesmo naquele período não tinha ideia do corpo que isso tomaria.
O segundo é que há uma fama histórica que eventos desse tipo não dão certo em São José dos Campos – e exemplos não faltam para justificar isso – mas parece que por algum motivo aqui a regra não se concretizou. O evento já está consolidado.
E por fim conheço as pessoas por trás da iniciativa. São pessoas que não só são profissionais como se envolvem de forma apaixonada para que a coisa aconteça. Gente que faz muito mais que o esperado e previsto no job description e gente que tem brilho nos olhos a cada conquista.
E esse brilho irradiou para os stands, para os corredores e provavelmente para o meu coração – vem daí a emoção que senti e contei para você no primeiro parágrafo. E talvez o leitor estranhe um tom tão emotivo numa cobertura de um evento de tecnologia, mas eu queria dizer que isso faz toda diferença em algo que irá impactar a vida de muita gente e que na verdade já impacta. Explico a seguir.

Feiras de negócio são pólos de economia viva por si só

Uma passada pelos stands e você já pensa que uma empresa teve que fazer a montagem deles. Outras empresas precisam contratar material de comunicação em gráficas e empresas de plotagem. Visitantes de fora (pela feira passaram empresas e profissionais dos municípios de Fortaleza – CE, Marco – CE , Rio de Janeiro – RJ, Florianópolis – SC,  Caxambu – MG, Resende -RJ e Paulo de Frontin – PR) precisam se hospedar, se alimentar. É dinheiro pro dono do hotel, pra camareira e pro food truck do lado de fora.
Nesse ano a feira focou em quatro eixos: varejo, indústria, cidades inteligentes e agronegócio. Em cada um dos mais de 50 expositores uma possibilidade de negócio fechado e em cada um desses negócios fechados uma nova vaga de emprego pode surgir.
Além da parte de exposição tem a parte de conteúdo. Salas lotadas buscando novas práticas e novamente chamo o leitor a fazer a conta comigo. Empresários mais capacitados ficam mais competitivos. Maior competitividade gera novas oportunidades que podem gerar novos empregos.
É um prisma complexo e intrínseco e que mostra a força de uma região que precisa crescer e respirar. E o amor das pessoas envolvidas que eu falei lá em cima tem muito mais a ver com isso do que com a feira propriamente dita. É gente que bota a região pra frente apesar dos pesares – se é que o caríssimo leitor me entende.

Não tem omelete sem quebrar ovos

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Mas num olhar com uma lupa mais apurada revela que a maior contribuição do evento RM Vale TI esteja em algo bem maior que a Feira ou que o Parque que a abriga.
Já é sabido há um certo tempo que a modernização da indústria tem tirado empregos da linha de produção e afetado regiões historicamente conhecidas como pólos industriais. E com São José dos Campos não tem sido diferente, porém parece que a cidade se recusa a buscar novas vocações e se reposicionar como um novo pólo de inteligência e tecnologia, por exemplo, e por todas os reflexos da realização do evento parece que o marco da mudança e também o vetor dessa transformação deve ser a RM Vale TI e o Parque Tecnológico de São José dos Campos.
O desafio é grande, mas o brilho nos olhos de fazer com que a mudança possa acontecer de fato. O que se fez nos corredores e painéis que contaram com valiosas discussões foi quebrar os ovos para que quem saiba venha por aí uma bela omelete.
Dava pra ver o orgulho de cada expositor ao mostrar seu negócio, sua marca. E o fascínio dos visitantes que passo após passo, stand após stand iam se encantando ao descobrir o talento regional.

O Parque Tecnológico é o berço das Startups em São José dos Campos

Que pesem algumas opiniões contrárias e intenções de pulverização, para mim o berço das startups na região metropolitana é o Parque Tecnológico de São José dos Campos. É lá que devem ser focados os investimentos e esforços para que a cidade dê o próximo salto para abrigar quem sabe soluções que vão impactar as vidas de pessoas no mundo todo.
E já tem muita coisa boa acontecendo lá dentro, palavra de quem acompanha e apoia de perto este programa. Não a toa dentro da RM Vale TI foi realizado o Investor Day – uma oportunidade única que permite que startups da região tenham visibilidade com quem tem dinheiro. A Anjos do Brasil, principal entidade desse tipo de investimento, já declarou em evento anterior no Parque a importância de startups sediadas no Parque Tecnológico – que também é reconhecido como uma referência nesse setor.
As empresas incubadas também contaram com espaço próprio para divulgar seus negócios, uma oportunidade de ouro para acessar novos mercados.

Juntando todas as pontas

Quando a gente soma tudo que eu acabei de falar vê que o resultado não poderia ser diferente. De acordo com a organização da feira a expectativa é que os negócios gerados cheguem a mais de 6 milhões de Reais, mas com certeza o resultado é muito maior do que se possa medir.
A região tem desafios, e eu não tenho dúvidas que as soluções passam pela tecnologia, e a tecnologia passa pelo Parque Tecnológico e a RM Vale TI, que já não merece o título de principal evento de tecnologia da região, mas sim um dos principais eventos de tecnologia do Brasil.
E que venha 2018.

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