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Rua Augusta da TNT: personagens reais e estética própria em roteiro envolvente

(Este texto não contém spoilers.)
Pude assistir o primeiro episódio da primeira série nacional de ficção do canal TNT – Rua Augusta – e já adianto que gostei muito de tudo que vi. O primeira pensamento que eu tive assim que terminei foi “ei isso é legal” e depois “é bem diferente” e finalmente “isso é muito bom mesmo”.

Crédito: TNT/Divulgação

A estética chama a atenção de cara e o detalhismo da produção também. Esqueça o que você está acostumado a ver de séries nacionais, Rua Augusta é mesmo proposta diferente e funciona bem. Vai ao ar dia 15 de março, as 22h30 na TNT. 
Crédito: Renato Amoroso

Entendendo a série

Com direção de Pedro Morelli e Fábio Mendonça, e roteiro de Ana Reber, Jaqueline Vargas e Julia Furrer, a série é uma co-produção com a O2 Filmes e conta com 12 episódios de 30 minutos cada. Baseada na obra israelense “Allenby St”, a produção traz como cenário principal uma das ruas mais emblemáticas da cidade de São Paulo.

Crédito: TNT/Divulgação

Rua Augusta conta a história de Mika, interpretada por Fiorella Mattheis, que ganha a vida dançando na Boate Love e se divertindo na balada Hell. As casas são o cenário central, que unem o submundo das drogas, prostituição e diversão a qualquer custo, e é onde Mika construiu uma vida e deixou para trás um passado pouco conhecido.
O elenco conta, também como nomes somo: Lourinelson Vladimir (Alex), Pathy De Jesus (Nicole), Rodrigo Pandolfo (Emílio), Milhem Cortaz (Raul), Rui Ricardo (Dimas), Rafael Dib (Lucas), Carlos Meceni (Maurício Amaral), Dani Glamour (Babete), Jonathan Haagensen (Bruno), Chris Couto (Isabel) entre outros.
Crédito: TNT/Divulgação

Texto adaptado, mas parece que não

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É surpreendente ver que trata-se de um material israelense, apesar de não conhecer o original, dá pra ver que os personagens de Rua Augusta são muito autênticos. Trata-se também de uma história que facilmente aconteceria na capital São Paulo. Para quem é de fora do estado é uma rua conhecida por sua agitada vida noturna e com a presença de casas de strippers e baladas para os diversos públicos, principalmente o que se chama de região de “Baixa Augusta”. Se você não conhece, a série vai te apresentar um pedaço bem factível do lugar.
O enrendo é envolvente e você fica com um gostinho de “quero mais” para saber um pouco mais daqueles personagens e como eles vão se encontrar e relacionar na trama.

Crédito: TNT/Divulgação

Para entender um pouco mais sobre isso falei com um dos diretores da série, o Pedro Morelli, que gentilmente nos atendeu nesse momento de pre-estreia da série. Ele falou sobre como construiu a estética da série, suas referências e a importância da parceria com a TNT na criação. Confira:


Pedro Morelli foto: Renato Amoroso

Vi que a série não busca um formato de série norte-americana, mas um formato de série brasileira, mas mais moderna. Há uma direção de imagem e fotografia muito particular, até porque imagino que tirando as cenas em estúdio gravar a noite deve ter sido um desafio. Como foi a construção dessa linguagem visual e estética?
A ideia sempre foi ter uma câmera visceral, sempre na mão e perto dos atores. A movimentação dos atores puxa a câmera para dançar, e ela se comporta de forma ativa ao contar a história para o espectador. As principais inspirações para isso são os filmes dos diretores mexicanos Inaritu e Cuarón, que há anos conseguem imprimir esse vigor estético em seus filmes.
Eu vejo a gente cultuando, por exemplo, séries que falam de uma década de 80 que não foi nossa, porque tem ali o dinner, a Jukebox, coisas que sequer existiam aqui no Brasil nesse período. Então eu acho que a série que você dirigiu também faz um registro histórico da rua Augusta no sentido de mostrar alguns personagens da noite: “o dono da boate”, “a stripper”, “o segurança”. Mesmo sendo uma adaptação de um texto estrangeiro eu vi muita verdade nos personagens. A gente de fato encontraria um ou mais deles na Augusta. Como você vê essa necessidade de termos os nossos referenciais na produção audiovisual e a importância da parceria com o canal TNT nesse processo?
Fizemos uma grande adaptação em relação aos roteiros originais da série israelense, e nosso foco foi sempre o de trazer a série para mais perto da realidade brasileira, criando personagens críveis e inspirados no universo que estamos abordando. Concordo contigo, é muito importante que os cineastas brasileiros abordem nossa realidade com realismo, tentando evitar ter influências somente do cinema gringo. Nossa indústria está em formação e cada vez mais temos referências nacionais para seguir. Isso enriquece cada vez mais nossas produções.
A parceria com a TNT foi excelente. Estivemos de acordo do começo ao fim a respeito de como adaptar a série para o Brasil. Eles nos deram a liberdade artística de ir fundo na estética da série, e só assim se consegue filmar sem medo de errar. O resultado é uma série filmada com sangue nos olhos e vontade de ousar.


Mas vale a pena assistir a série da TNT – Rua Augusta?

Sim com belas imagens e uma estética muito própria vale muito a pena assistir – é um presente pro audiovisual brasileiro. Entretanto nunca é demais avisar que no episódio que vimos a série apresenta cenas de nudez parcial, violência e aborda temas como prostituição, drogas e violência – se você é sensível a esses temas, talvez não seja uma boa escolha.

Crédito: Ariel Bueno

Serviço

A TNT estreia sua primeira série nacional de ficção Rua Augusta, protagonizada por Fiorella Mattheis, na quinta-feira, dia 15 de março, às 22h30com episódio duplo e sem intervalos comerciais.
Reapresentações:
Domingos, depois do TNT MEGAFILM e Quartas, ambos na faixa das 23h30
Quintas, às 22h30 (antes do episódio inédito)
(horário de Brasília)

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