Nos últimos anos, o consumo de notícias passou por transformações significativas, impulsionado pelo avanço dos dispositivos móveis e pela crescente demanda por formatos mais dinâmicos. O SQUID, aplicativo lançado há oito anos, acompanhou de perto essas mudanças e agora amplia sua atuação com o lançamento do SQUID Vídeo, uma plataforma voltada para conteúdos jornalísticos em vídeo vertical.

Diante do desafio da desinformação e da crescente influência da inteligência artificial na produção de conteúdos, a curadoria de notícias confiáveis se tornou um diferencial estratégico. Nesta entrevista, conversamos com Johan Othelius, CEO e fundador do SQUID, para entender como a plataforma está se posicionando no cenário global, qual o impacto do Brasil na operação e de que forma a nova aposta em vídeos pode influenciar a maneira como as pessoas consomem notícias.

Desde o lançamento do app SQUID você notou que mudou o consumo de notícias?

Desde que lançamos o aplicativo SQUID Notícias, há 8 anos, temos visto continuamente um interesse dos leitores em ler notícias no smartphone. Ao mesmo tempo, também observamos uma maior quantidade de editores de notícias com qualidade, em que se pode confiar. Além disso, nos últimos anos, percebemos um aumento dos usuários que também desejam assistir notícias por meio de vídeos verticais.

As notícias e o jornalismo em geral têm sofrido em diversos países ataques de grupos políticos e nas próprias redes sociais a disseminação de fakenews. Essa situação impacta de alguma forma a sua operação? As notícias ainda são relevantes na vida das pessoas?

Hoje, garantir notícias confiáveis, livres de fake news, é mais importante do que nunca. Com as mídias sociais, onde qualquer pessoa pode publicar qualquer coisa, e agora com a adição da IA com suas maneiras ilimitadas de criar notícias falsas, está se tornando cada vez mais difícil para todos distinguir entre notícias falsas de verdadeiras. Se a pessoa sente que não pode confiar nas notícias, estamos em um caminho perigoso. O SQUID se concentra em mostrar apenas notícias reais de fontes confiáveis, onde os jornalistas seguem os princípios do jornalismo, como veracidade, base em fatos, justiça, integridade, independência, relevância e responsabilidade. O SQUID publica apenas notícias de fontes pré-aprovadas que seguem esses princípios.

Olhando a big picture onde o Brasil está inserido nas operações da SQUID? Há algum padrão diferente de consumo em relação a outros mercados?

 O Brasil é um dos países mais importantes para a SQUID. O país tem a maior população da América Latina e a 7ª maior do mundo e uma cultura, sociedade e indústria muito dinâmicas. O SQUID tem uma forte equipe local que trabalha com editores e anunciantes locais no Brasil.

Como surgiu a ideia de lançar o SQUID Vídeo? Houve algum movimento específico no mercado que impulsionou essa decisão?

 Começamos a observar em praticamente todos os 60 países onde estamos presentes, que a adoção do vídeo vertical disparou, especialmente entre os jovens usuários de smartphones. O vídeo vertical foi inicialmente focado em conteúdo leve e divertido, com música e humor entre as categorias mais importantes. As notícias cresceram em importância, mas ainda estão à sombra do conteúdo mais leve, divertido e bom para matar o tempo nas mídias sociais. Ao lançar o feed de vídeo vertical, o SQUID Vídeo facilita o acompanhamento de notícias nesse formato, que é dinâmico, envolvente, rápido e também muito adequado para notícias.

O que diferencia o SQUID Vídeo de outras plataformas que já oferecem conteúdos em vídeo vertical?

Nosso foco em notícias. Notícias de última hora, e também de esportes, ciência, tecnologia, entretenimento, viagens e um número crescente de categorias onde compartilhamos os artigos e informações relevantes dessas categorias.

A personalização do feed — já característica do app SQUID — também estará presente nos vídeos? Como isso acontecerá na prática?

 A personalização no Squid App está focada em permitir que os usuários escolham ativamente as categorias de seu interesse. No Squid Vídeo, inicialmente, é o comportamento do usuário que está personalizando o feed. Mais tarde, o usuário também terá a oportunidade de personalizar o conteúdo.

Como a expansão para mercados tão diversos — da Europa à América Latina — influencia a escolha dos conteúdos exibidos no feed?

O SQUID tem uma longa experiência em trabalhar com editores e criadores de conteúdo de qualidade em cada país local. Queremos garantir que o conteúdo de cada feed de vídeo seja relevante para cada usuário. As notícias de última hora, esportivas e de entretenimento costumam ser mais relevantes em seu próprio país, em seu próprio idioma. O SQUID Vídeo tem diferentes editores e fontes de criadores de conteúdo em cada país.

Um dos pontos destacados foi a promessa de apoiar criadores e editores a expandirem seu alcance. Pode detalhar como isso acontecerá?

No SQUID Vídeo, o editor e os criadores de conteúdo obtêm maior alcance de várias maneiras diferentes. Em primeiro lugar, o SQUID Vídeo está presente no SQUID App e também no SQUID Newsfeed, que é pré-instalado no navegador em muitos dos principais smartphones Android. Isso oferece grandes oportunidades para expandir o alcance.

Em segundo lugar, no SQUID Vídeo os editores de notícias e criadores de conteúdo focados em notícias têm prioridade; portanto, o “Share-of-Voice” para editores e criadores de notícias fica muito maior do que o que eles obtêm nas mídias sociais, onde a mídia de notícias normalmente é menos mostrada do que o conteúdo mais leve, mais divertido e que mata o tempo.

Em último lugar, o editor pode compartilhar, na legenda, o URL da web ou endereço de mídia social, para direcionar tráfego adicional para seu site original ou mídia social.