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Twitch aposta em novos eixos de conteúdo e pode ser plataforma para anônimos ganharem reconhecimento e dinheiro.

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Por muito tempo a Twitch foi um gueto dos games, principalmente dos eSports: quando alguém longe desse universo me perguntava o que era o site eu dizia que era uma espécie de ESPN dos games: um canal que passava 24 horas partidas do cenário competitivo.

O site foi criado em 2005 com o nome de Justin.tv e inicialmente era espécie de serviço de lifestreaming. Já em 2011 o site adotou o nome que é conhecido hoje com foco em games e surgiam então os chamados casters, pessoas que recebiam os convidados em suas salas para jogar e conversar. E foi onde também uma geração acompanhou as finais de DOTA e LoL. Em 2014 o site foi comprado pela gigante Amazon – e aí tudo mudou e eles tomaram fôlego para se tornar uma das mais importantes plataformas de entretenimento digital pronta para brigar com as gigantes da tecnologia do mesmo porte. É briga de gigantes, como diria o Galvão Bueno.

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Chegou a ter uma certa briga com um serviço que concorria no mesmo segmento, a Azubu, que aqui no Brasil teve uma operação de mãos dadas com um importante player brasileiro da área de tecnologia, mas a empresa não conseguiu manter suas operações saudáveis e ouve até rumores que não conseguiu honrar com seus compromissos com os criadores associados e teve sua gestão europeia envolvida em diversos escândalos (hoje o legado da Azubu ficou com a inexpressiva Smashcast). Com o caminho livre a empresa reinava soberana nesse segmento.

E enquanto isso começaram a proliferar os serviços de streaming em outras plataformas, sendo o Youtube o primeiro a puxar a fila, e posteriormente Facebook Gaming.

Foi nesse contexto que comecei a acompanhar alguns movimentos da Twitch e nessa linha o que mais me chamou a atenção foi a criação da sessão “Just Chatting” onde as pessoas não vão para jogar, mas como o próprio nome diz, para bater papo.

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E também comecei a ver uma leva de criadores de outras plataformas migrando para o Twitch. Esses talentos são espécies de âncoras de audiência e levam suas comunidade para onde estão. São negociações pesadas, com contratos rígidos e uma preocupação em ser um centro de atenções num mundo onde aparece e fidelizar a atenção das pessoas é cada mais difícil.

Vem daí que começamos a ver músicos e até jogadores de futebol darem o ar da graça na Twitch, tirando do universo das comunidades gamers e atraindo cada vez mais pessoas de outros segmentos para lá.

E no centro dessa, digamos, atração de talentos, está o experiente Wladimir Winter (com passagem por diversas empresas da área de conteúdo como Globo e Fox, por exemplo), que gentilmente respondeu algumas perguntas desse blog numa entrevista negociada há quase um mês e que contou com o apoio da nova assessoria de imprensa da marca no Brasil com uma postura muito mais aberta em dialogar com diversos canais aqui no país. Só depois dessa troca voltamos a falar da Twitch aqui no Blog.

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E foi justamente sobre essa diversificação de conteúdos que eu comecei conversando com ele. “Os games são o centro do que somos e sempre será o foco, mas não somos uma empresa exclusiva de jogos. É uma diferença importante. A Twitch tem crescido para se tornar uma comunidade global altamente engajada que milhões que se juntam todos os dias pela experiência da nova geração de entretenimento ao vivo e interativo. Nos últimos anos nós estamos percebendo um crescimento orgânico fora de gaming – especialmente em música e esportes – e estamos investindo no crescimento desse tipo de conteúdo. Como resultado, conteúdo fora do universo de games quadruplicou nos últimos três anos.”, explicou Winter.

A Twitch tem crescido para se tornar uma comunidade global altamente engajada que milhões que se juntam todos os dias pela experiência da nova geração de entretenimento ao vivo e interativo.

Wladimir Winter

Aqui no Blog do Armindo acompanhamos de perto o crescimento do consumo do que chamo de entretenimento do sofá. Será que a empresa notou esse aumento também? “Com a pandemia nós percebemos uma alta recorde nos níveis de engajamento com streamers, público e horas assistidas. Por exemplo, durante as primeiras quatro semanas do distanciamento social nós vimos um aumento de 57% em horas assistidas, em comparação com as quatro semanas anteriores. Gaming sempre foi mais parte da cultura mainstreaming do que as pessoas imaginam, mas agora está especialmente mais popular já que estamos passando muito mais tempo em casa. Muitos estão buscando por entretenimento e formas de se conectar a uma comunidade maior. A Twitch possibilidade que as pessoas joguem em um formato de live streaming e isso é cativante.”

Ainda não há números sobre o aumento do consumo desse tipo de entretenimento nas TV’s nas salas, porém ele me disse algo interessante: no Brasil a empresa possui uma parceira com a LG Electronics que disponibiliza o app nas televisões da marca de forma exclusiva.

Mas não é um mundo só formado por celebridades

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Longe das pesadas negociações com celebridades do mundo on e off (se é que ainda existe essa divisão) a plataforma Twitch oferece uma possibilidade de que pessoas normais, tais como eu, ou você que me lê agora, possam quem sabe ganhar dinheiro de verdade com a plataforma.

Para quem não entende nada desse universo eu pedi para que o Wladimir nos explicasse quais são as possibilidades de ganhos durante as transmissões. Com a palavra o especialista:

“Para ter acesso as ferramentas de monetização da Twitch o criador deve alcançar o status de Afiliado ou Parceiro – e ele/ela consegue esse status alcançando alguns objetivos específicos.
Como afiliado ou parceiro da Twitch o criador pode monetizar seu conteúdo em três formas:

  1. Subs – subscrições pagas que dão ao seguidor uma série de vantagens como emotes exclusivos, acesso a conteúdo exclusivo, entre outros;
  2. Bits – doações aos criadores;
  3. Ads – os criadores podem escolher se querem passar anúncios em seus streamings ao vido e quando eles irão soltar o anúncio. Se eles o fazem, também monetizam seu conteúdo.”
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Mas é um negócio mesmo para todo mundo? Será que uma pessoa totalmente desconhecida e anônima poderia ter alguma forma de ganho fazendo transmissões ao vivo na plataforma? Eu confesso ao leitor que os números que o Winter me passou, me surpreenderam. “Dezenas de milhares de Parceiros da Twitch e centenas de milhares de Afiliados já geram receita na Twitch ao redor do mundo e, é claro, que no Brasil não seria diferente. Temos muitos brasileiros que são parte importante da nossa comunidade e que podem não ser reconhecidos pelo público mainstream.”.

Foi o tempo que criar conteúdo para internet era como ganhar dinheiro do banco imobiliário, e como você pode ver, a Twitch, pode ser sim uma nova fonte de receita para você. Os números estão aí provando isso.

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