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Crônica dos 40 V: o que vem por aí?

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Hahaha deve ser meio estranho ao leitor começar um texto com sorrisos que eu confesso que não sei se são de algo engraçado ou de nervoso. É porque eu já escrevi e apaguei esse post umas 10 vezes – e não se trata de uma hipérbole – foram de fato dez vezes que eu apaguei e fiz de novo este post. Se tiver a décima-primeira eu atualizo os números prometo.
E tenho certeza que essa indecisão toda sobre o que escrever neste texto vem da mais pura e simples constatação de que eu não tenho a menor ideia do que vem por aí. Não que eu não tenha planos, vontades e algumas coisas pra fazer. Pelo contrário tenho sim.
Eu até ando com um papelzinho na carteira com projetos que tenho em mente e vou dando tick cada vez que concretizo um. Eu acho que sonhar pequeno ou grande dá o mesmo trabalho então normalmente meus projetos são um pouco audaciosos. E se eu penso em 100 e consigo 70 vejo mais vantagem que pensar em 50 e conseguir 40.
Mas eu lembro de um curso que fiz com Bob Caspe. Bob é um empreendedor norteamericano brilhante e que hoje dedica parte da sua vida a ensinar outros empreendedores alguns hacks para empreender. O Bob sabe o que fala! E uma das coisas que ele falou no seminário que fiz com ele é sobre algo como os Passos do Bêbado e os eventos randômicos. Ele falava sobre empreendimentos mas você pode levar isso para vida.
Os passos do bêbado são o resultado dos eventos randômicos. Você tá lá tocando sua vida, quebra a perna, e tem que ficar 20 dias de molho. Daí você vai almoçar com um amigo que leva um outro amigo e você fecha um negócio da china. Esses acontecimentos aleatórios dificilmente (pra não dizer impossível) serão previstos.
É por isso que eu não leio livros do tipo “Pense como Steve Jobs” ou “Seja como o Zuckberg” ou “Você pode ser o próximo Bill Gates”. Eu acredito que só exista um jeito de você ser o Steve Jobs que é nascendo o Steve Jobs. Você precisaria ter a mesma infância que ele, sofrer os mesmos ataques na escola e ter a mesma rede de contato que eles. Você vai poder ser até melhor que esses caras, mas igual nunca.
E aí que por mais que você planeje a sua vida é preciso que você tenha em mente que em algum momento um vento vai soprar para um lado inesperado e em alguma instância isso vai impactar seus planos por mais controlados que eles sejam.
Uma coisa que o leitor que me acompanha sabe é que sentir mais frios na barriga é algo que eu espero nessa minha estrada que vai dos 40 aos 50. Chega uma hora que você perde um pouco o arrojo da juventude, dos primeiros anos de carreira e da primeira vez que empreendeu. Quando você não tem nada o que vem de bom é lucro, soma.
Mas quando você vai construindo carreira, casa, família, tudo isso vem junto quando você toma uma decisão de inovar ou fazer algo realmente fora da casinha. E se você parar para pensar é uma ilusão boba como aquela história de andar numa tábua de um prédio a outro a mil metros de altura. Se fosse a mesma tábua no chão você andaria normalmente sem cair, mas com a altura o medo aumenta.
Nesses horas eu sempre lembro das vezes que cobria as enchentes recorrentes quando eu trabalhei como jornalista em Ribeirão Preto. Todo começo de ano famílias perdiam tudo com a água e tinham um ano para reconstruir tudo que iam perder de novo no ano seguinte. E aí você senta no seu legado e acha que tá tudo bem e a água vem e leva tudo.
Então na verdade pode ser que o castelo que construímos seja de areia e bem perto das ondas do mar, mas a gente nem percebe. Mas é só vir uma onda pra tudo desmoronar.
Daí que vem o fato de eu não querer me comprometer com o leitor sobre o que vem por aí nos próximos anos além de sentir muito frio na barriga. Mas posso dizer que quero experimentar algumas coisas.
A primeira dela é sem dúvida um carro sem motorista. Eu dirijo mas não sou por assim dizer um amante desses que dirigem felizes da vida numa boa. Se eu pudesse não ter carro para fazer tudo que eu preciso eu não teria. Então carros sem motoristas vão ser uma mão na roda no futuro e ainda quero muito passar por essa experiência.
Também quero experimentar uma holografia realmente interessante. Desde a primeira vez que vi um holograma em Star Wars sempre fui fascinado por eles e já vi até algumas pseudo-holografias, mas ainda quero experimentar uma de fato.
Morar e/ou estudar fora do país é algo que sim está nos planos. Não é só pelo fetiche de estar fora do Brasil mas pelo contato com outras culturas e a possibilidade de estudar com outras bagagens é algo que me fascina. Então pode ser que nos próximos anos você me vejam blogando de algum lugar que não sei ainda.
E sim continuar blogando/gravando/sei la o que que virá é algo que eu tenho em mente pro meu longo prazo. Na verdade este blog foi criado justamente para o momento em que eu resolver tirar um pouco o pé do acelerador e me dedicar somente ao ofício da escrita.
Sempre admirei os escribas sentadinhos em seus scriptoriums escrevendo dia após dia e com a nobre missão de compartilhar conhecimento. Quem sabe escrever mais livros e até alguma outra produção de conteúdo.
Talvez vire um desses velhinhos rabugentos que escrevem sobre as mazelas do cotidiano e sua indignação sobre como as coisas andam ou quem sabe um desses escritores ácidos que atraem a simpatia dos jovens igualmente inconformados.
No final das contas não sei bem o que vai rolar, mas eu prometo que venho aqui contar para vocês 🙂 E se dizem que a vida começa mesmo ao 40 já já to nascendo e ansioso com a nova vida.

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