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ESPECIAL BLOGS: ainda vale a pena anunciar em blogs?

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Essa tem sido a nova pergunta frequente que eu escuto quase toda semana. Como o mercado de digital virou a busca pelo último hit da última semana acaba-se atropelando uma coisa pela outra e quando se vê são propagadas algumas inverdades por aí.

O mercado de digital virou a busca pelo último hit da última semana

É bom lembrarmos que nos primórdios da internet blogueiro era sinônimo de produtor de conteúdo para a internet. Porque essa era a única plataforma fácil de publicação de conteúdo.
O ano era de 2007 quando o Estadão resolveu fazer uma campanha para desacreditar a nova mídia que surgia. Um comercial criado pela agência Talent mostrava macacos blogando quando ganhavam uma banana. Tem também anúncios de mídia impressa mostrando pessoas vestidas de fantasia ou brincando com dinossauros de borracha para representar os blogueiros. Na época isso aí deu o maior bafafá e vários blogueiros se levantaram contra a campanha. Nesse tempo a comunidade dos blogueiros – chamada de blogosfera e realmente uma comunidade – se rebelou. Dá ainda para achar algumas discussões sobre o assunto aqui e a recuada que o Estadão deu aqui.

E então veio a Golden Age dos blogs

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Chegamos então em 2010 e os blogueiros ganham ares de celebridades. É o que dizia essa reportagem do site especializado em moda Fashion Foward no UOL.
Em 2012 o Cid do Não Salvo chegou a integrar a lista das 100 pessoas mais influentes do Brasil feita pela Época. Chegou até a ser destaque da Revista GQ .

Uma reportagem da Revista Veja São paulo chegou a destacar inclusive quanto seria o faturamento do blog na época:

Ele não fala de faturamento, mas inclui até duas ações publicitárias por semana ao custo mínimo de 8 000 reais cada uma, segundo dados de mercado.

Em 2014 a Folha de São Paulo fez uma reportagem relatando que blogueiros chegavam a cobrar R$ 40 mil por post.
 

Os primeiros Youtubers passaram a fazer sucesso

O Youtube foi comprado pelo Google em 2006, mas só anos depois viriam os primeiros frutos para os primeiros criadores de conteúdo nessa plataforma. Em 2015 Christian Figueiredo, do canal “Eu fico Loko” fez sua estreia numa campanha para a Claro e marcas investirem em Youtubers era então uma tendência.  No mesmo ano o Youpix anunciou que o Youtube faria seu primeiro grande festival  no Brasil: o Youtube FanFest uma grande celebração da cultura pop desse segmento com suas celebridades – algumas nem mais com tanto reconhecimento nos dias de hoje – como antes.

Depois vieram os Instagrammers, Snapchaters, Viners e os Musers

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O Instagram foi comprado pelo Facebook em abril de 2012 e em 2014 já tínhamos notícias aqui no Brasil das primeiras pessoas fazendo “sucesso na plataforma”. E talvez tenham sido os criadores de conteúdo do mundo fitness e moda os pioneiros nesse setor em que a beleza pode ter sido o arranque para que depois viessem toda sorte de nicho. De empreendedores a pessoas do universo geek, como é o meu caso.


O Snapchat teve seu lançamento em setembro de 2011 e aqui no Brasil fez o nome de pessoas até então desconhecidas como é o caso da Thaynara OG que de acordo com o portal R7 chegou a faturar em 2017 R$ 20 mil em cada participação VIP.
O Vine era uma rede social de vídeos rápidos. Em 2013 o Buzzfeed chegou a fazer uma seleção de 19 celebridades dessa plataforma que acabou sendo sufocada por outras redes.
E pra colocar nessa roda toda não podemos esquecer dos Musers que até hoje carregam centenas de milhares de fãs. São as celebridades que fazem sucesso no aplicativo Musical.ly que talvez você não conheça, mas se você tiver filhos/irmãos/sobrinhos jovens provavelmente eles conhecem. Em 2017 uma matéria do Estadão apontava que a plataforma tinha na época 7,5 milhões de usuários brasileiros. É o caso da jovem Valentina Schulz que para maioria das pessoas fez sucesso no Masterchef Junior mas é no Musical.ly que está sua grande audiência onde influencia jovens por todo Brasil. O veículo especializado no mercado publicitário Meio e Mensagem chegou a fazer uma reportagem em 2017 explicando esse fenômeno.
E na semana passada (junho 2018) o Instagram lançou sua plataforma de vídeos, a IGTV, e que explicamos aqui no Blog do Armindo mais sobre o conceito da nova plataforma.

Com tudo isso como ficaram os blog?


Numa primeira visão a resposta simples e sem muita reflexão poderia ser: obsoletos no meio de tantas formas de publicar conteúdo para a internet. Além disso os números não deixam dúvidas: o aumento de consumo de conteúdo em vídeo é muito maior do que o aumento de leitores de texto.
Além disso há sempre a crença de que as pessoas estão lendo cada vez menos e não lidam bem com textos longos como este que você está lendo agora. A minhão sessão de entrevistas do Blog do Armindo está sempre entre o topo dos mais lidos, mesmo sendo a sessão de textos mais longos.
Muitas vezes eu mesmo já fui questionado sobre o fato de ser blogueiro. Muitos olham como uma espécie de dinossauros da Internet. Algo datado. Mas tirando os achismos e indo para os argumentos lógicos os blogs ainda são excelentes opções para anunciantes. Não se trata de fazer uma autodefesa ou autopromoção mas sim de argumentos lógicos. E também não estou aqui delegando em causa própria até porque nem toda marca tiraria proveito em anunciar no Blog do Armindo, mas com certeza outro blog pode sim resolver determinados problemas de comunicação.

Há ainda benefícios práticos de se anunciar num blog?

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O primeiro argumento que você deve levar em conta é a credibilidade desses veículos no mercado. Os blogs que sobreviveram a todas as mudanças não fizeram isso a toa e portanto ganharam credibilidade e uma  gama de leitores suficiente para justificar sua permanência no mercado. Não se trata de veículos de massa com milhões de leitores como antigamente, mas de imagem e reputação e principalmente de autoridade numa determinada comunidade.
Outra coisa que os blogs entregam como ninguém é a indexação no Google. Artigos em blogs se indexam muitas vezes mais rápido que sites de marcas e são as primeiras escolhas quando consumidores procuram sobre qual produto comprar.
Ainda falando de indexação, anúncios em blogs podem conter os importantíssimos backlinks, que ajudam o Google a melhorar a posição de sites pelo referenciamento. Algumas empresas chegam a pagar altas cifras somente por um link desde que ele seja feito para o site certo com a palavra certa.
Por conta dessa autoridade a maioria dos blogs oferece informações para quem quer comprar um determinado produto/serviço e buscam o aval de especialistas para isso. Também conhecido como awareness de marca é a informação que ajuda na simpatia da marca ou consciência de marca fazendo com que o consumidor lembre daquela escolha no momento de fechar o negócio.

Que pese todos os generalismos existentes no mundo digital há sim ainda um público para quem quer ler. A internet mesmo e o próprio Google são baseados em texto. Negar a importância do texto é negar a própria essência da internet. E aqui volto a repetir o vídeo é sim muito importante mas ele não matou o texto, como a Internet não matou a TV que por sua vez não destruiu o rádio que também não destruiu – ainda – o jornal impresso. Aliás o próprio Facebook quando se envolveu numa épica crise de imagem recorreu aos jornais de papel para se desculpar.
Os valores também estão mais atrativos e longe do hype e portanto acabam caindo em diversos orçamentos que não caberiam nos preços altos cobrados por influenciadores digitais atualmente.
Textos em blogs duram anos. Alguns anunciantes aqui tem o texto indexado há mais de três anos e portanto o retorno do investimento vai ficando altamente atrativo no passar do tempo.
Blogs são casas próprias enquanto que plataformas como o Facebook e Instagram são casas alugadas. As redes sociais tem cada vez mais regras e coisas que podem ou não ser feitas, enquanto que cada blogueiro profissional é dono do seu próprio veículo e sua própria hospedagem, tendo regras próprias e mais flexíveis que as incansáveis regras do Facebook ou Youtube, por exemplo.

Fazendo ações com os blogueiros e não só os blogs

Alguns blogueiros acabaram se modernizando e levaram sua imagens para as redes sociais e então levam também a credibilidade dos seus veículos com eles.

via GIPHY
Muitos também acabaram publicando conteúdo em outras plataformas garantindo uma abrangência maior das mensagens oferecidas pelos patrocinadores, tendo como base o blog.
Por muito tempo se questionou também (mas ainda é possível ver esse tipo de questionamento em grupos mais conservadores de jornalistas) que blogueiros acabam se tornando vendidos por fazerem ações pagas. Porém para a maioria desses produtores de conteúdo digital essa é uma questão bem resolvida. Afinal de contas se o blog erra mão com a publicidade ele terá de dar conta com o seu público. Muitos deixaram de existir justamente por isso. Acontece assim também nas outras redes hoje. Se algum intagrammer fica postando muito “jabá” a audiência dele naturalmente vai lhe abandonar e se não o fez é porque aceita e gosta daquele material publicitário.

Formatos. Como anunciar em blogs?

Os blogs oferecem múltiplos formatos de anúncios desde os tradicionais banners (apesar de você achar que eles não dão resultados, se eles existem é por um motivo). Blogs profissionais tem servidores de anúncios próprios e emitem PI´s e Nota Fiscal.
Há também os tradicionais publiposts, ou seja, conteúdo publicitário publicado – e devidamente identificado – no blog.
Agora se você realmente quiser tirar um bom proveito desse tipo de mídia o melhor formato é o conteúdo co-criado, ou seja, quando marca e blogs criam junto um conteúdo que seja suficientemente interessante para a audiência daquele blog e também com o objetivo de comunicação ou marketing buscado.
Nem sempre o blog é um canal de conversão imediata como um canal no Youtube ou Stories no Instagram, então entenda esse tipo de investimento como um fortalecimento de marca e também um esforço de melhoria na indexação e “buscabilidade” de um determinado produto ou solução.

Mas então vale a pena anunciar em blogs?

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via GIPHY
Sim os blogs ainda tem um papel muito importante na internet com sua credibilidade e espaços próprios na internet. Os que sobreviveram À todas as mudanças apresentadas aqui conseguiram mantem um público fiel e muitas vezes são autoridades em seus segmentos.

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