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Adobe aposta em hub de IA e prevê crescimento de 15% no Brasil em 2026

A Adobe vive um momento de consolidação estratégica no mercado de inteligência artificial. Em entrevista concedida durante o evento Adobe Creative Trends, Rodrigo Arndt, country manager da Adobe Brasil, afirma que a empresa avança na.

Atualizado em 12/12/2025 às 14:12, por Armindo Ferreira.

A Adobe vive um momento de consolidação estratégica no mercado de inteligência artificial. Em entrevista concedida durante o evento Adobe Creative Trends, Rodrigo Arndt, country manager da Adobe Brasil, afirma que a empresa avança na missão de se tornar o principal hub integrador de IAs do mercado, oferecendo ao usuário um fluxo de criação completo e seguro dentro de um único ambiente.

A projeção para 2026 acompanha essa transformação: a operação brasileira deve crescer cerca de 15%, reforçando o papel central do país na América Latina.

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No portfólio corporativo, a bigtech destaca soluções como Firefly, Acrobat Studio e Adobe Express. As ferramentas foram desenvolvidas para operar em fluxos integrados de imagem, vídeo, áudio, design e vetores. A tecnologia da Firefly permite interação com aplicações externas de IA e foi construída com foco em segurança comercial e proteção de propriedade intelectual. A adoção ocorre em uma única base operacional, com prioridade para governança dos ativos e controle do processo criativo.

Mesmo com toda correria do evento, onde foram apresentadas as principais inovações deles, o Rodrigo gentilmente me concedeu a entrevista que você confere a seguir:

Papo com o Rodrigo Arndt, country manager da Adobe Brasil

Rodrigo, estamos aqui em um evento da Adobe. Eu estive recentemente em Los Angeles e tenho visto um movimento muito claro da empresa de se posicionar como uma ferramenta integradora, um hub tudo-em-um de inteligência artificial. Você pode detalhar essa estratégia?

A Adobe, por muito tempo, sempre olhou para a experiência do cliente. E quando analisamos essa experiência, especialmente na geração de conteúdo e na criatividade, vemos que hoje existem muitas IAs no mercado. Então por que não sermos um hub no qual o usuário cria utilizando nossa tecnologia, mas podendo acoplar outras opções? Cada IA tem sua característica, mas todas dentro de um ecossistema com a chancela Adobe no final, que é onde os usuários, os criativos, acabam optando por finalizar seus trabalhos.

Esse processo de criação evolui de forma natural. Nos casos que vimos aqui no Adobe Trends, por exemplo, tivemos exemplos de ganhos de produtividade e uma aceleração muito maior da criação de conteúdo. E nós conseguimos trazer parceiros para colaborar com todo esse processo de criação para cada usuário.

O modelo de Inteligência Artificial da Adobe foi treinada com o Adobe Stock, o que traz uma segurança enorme para o cliente. Isso foi uma preocupação desde o início?

Sempre. Inclusive, se olharmos historicamente, a Adobe foi uma das últimas a entrar nesse mundo, até mesmo no que diz respeito ao Adobe Stock. Hoje nossa plataforma é muito robusta, mas isso só acontece porque sempre tivemos a preocupação de reconhecer o trabalho do fotógrafo que produziu aquela imagem e a disponibilizou na plataforma.

Quando você licencia uma imagem, garante o direito de uso e também valoriza o trabalho por trás dela do fotógrafo, do criador de conteúdo, de quem gastou horas para produzir aquilo. A preocupação da Adobe sempre foi, e continuará sendo, essa: não existe inovação sem responsabilidade. Quando a gente inova, precisa também ser responsável nos bastidores.

A preocupação da Adobe sempre foi, e continuará sendo, essa: não existe inovação sem responsabilidade. Quando a gente inova, precisa também ser responsável nos bastidores.

E quando você abre o mercado e cria uma nova era, como a Adobe está fazendo, não pode se posicionar olhando apenas para um produto. A Adobe abre para o ecossistema, mas nunca deixa a segurança de lado.

Outra coisa que tenho notado é como vocês estão mais próximos do cliente. O Firefly como hub é um exemplo: em vez de o profissional abrir três abas, ele faz tudo em um só lugar: claramente uma dor do usuário. A venda hoje está mais consultiva, mais lado a lado com o cliente?

Com certeza. Eu sempre digo para meu time na Adobe que vendemos e compramos de pessoas. Primeiro precisamos entender por que o cliente está comprando e como podemos entregar valor.

Hoje, grande parte das vendas é recorrente. Se o usuário não tiver uma experiência que faça com que ele continue com você, de nada adianta ter um bom produto. Precisamos entregar uma experiência.

E, como você mencionou, é uma dor real do usuário ter que acessar várias IAs, vários sites, várias assinaturas. Parece que estamos vivendo, dentro da criatividade, uma era parecida com a do Spotify ou da televisão por assinatura. Mas a ideia não é essa. Se o cliente consegue otimizar custos tendo apenas a Adobe como despesa, e ainda licenciar outros players dentro da mesma plataforma, ele reduz custos e simplifica o fluxo.

Em vez de pagar cinco, seis, sete players de IA, ele paga apenas a Adobe. E a Adobe vai estar ali para entregar uma experiência completa, permitindo que o usuário não precise sair da plataforma para criar, conceber e finalizar seu projeto.

Estamos no fim de dezembro. Seu planejamento para 2026 já está fechado. Qual é seu olhar para 2026? Vai ser um período de maturação? Ainda há espaço para crescimento do mercado?

Eu participei de um podcast recentemente e disse: “É um novo começo”. Acho que estamos só no início. Há muito espaço para expandir. Em 2026, devemos crescer cerca de 15% só no Brasil e o Brasil representa 40% da operação da América Latina para a Adobe.

Estamos com um time super focado, não em vender, mas em repassar tecnologia. Ainda há muito espaço para as empresas entenderem que a IA não veio para substituir ninguém. Ela veio para capacitar ainda mais o que já fazemos.

A Adobe tem essa missão: trabalhar próximo, entregar experiência e mostrar o ganho real. Porque é ótimo falar de inovação, mas o que realmente importa é o impacto na ponta. E isso não se demonstra apenas vendendo; é preciso estar próximo do cliente, entender suas dores e mostrar como a IA da Adobe pode ajudá-lo nessa construção.

Nem todo mundo adotou ainda: alguns estão começando, outros já avançaram bastante. Estamos acompanhando o mercado e acompanhando cada cliente no seu momento e sempre como um braço de apoio.


Armindo Ferreira

É jornalista com uma carreira sólida de mais de 22 anos na área – tendo passado pela TV Globo e SBT. Foi ainda finalista de um prêmio Esso e vencedor de um prêmio Unimed de Jornalismo. Hoje cobre três editorias: tecnologia, negócios e marcas. É um profissional multimídia possuindo além do blog, canal do Youtube, Instagram e Podcast. Apresentou por dois anos o programa Amigo Geek na TV Thathi SBT na região do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira e também assinou a coluna de tecnologia Tech News no SBT News, o maior canal de noticias no Youtube da América Latina. Tem relacionamento com os principais nomes das verticais de conteúdo que atua, já tendo entrevistado os principais executivos desses setores, inclusive internacionais. Consultor de novas tecnologias, redes sociais e assuntos ligados a internet – é reconhecido como um dos principais profissionais deste segmento no estado de SP. É considerado ainda um dos principais blogueiros do país. Já deu entrevista para os principais veículos de comunicação tendo marcado presença em programas como Mais Você da Rede Globo e Domingo Espetacular na Record entre outros. Já palestrou em dezenas de lugares para milhares de pessoas em diversos estados brasileiros entre eles Paraná, Rio de Janeiro, Paraíba e Acre. Já esteve nos palcos do Twitter, Cubo, Festival Path, Digitalks, Campus Party entre outros. Há mais de 12 anos criou o Blog do Armindo para falar dos assuntos que gosta mais. Sempre de um jeito simples e descomplicado, um amigo geek, em que o leitor pode confiar para se informar com credibilidade.

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