Spiritfarer é game sentimental, contemplativo e não seria um erro dizer que é lindo de morrer

agosto 24, 2020 Armindo Ferreira

O game indie Spiritfarer fala de um assunto bem delicado: a morte. Dentro do universo mitológico do game é uma barqueira que cuida de pegar as almas e encaminhar para o próximo passo desse processo.

E é justamente esse o conceito por trás do jogo. Nele você é a pessoa responsável por esse barco pós-morte que é mais complexo do que você pode imaginar. Nessa embarcação você deve oferecer instalações para que os resgatados fiquem bem além de comida plantada ali mesmo ou pescada enquanto o barco se desloca.

Spiritfarer é uma experiência

O game é lindo, todo desenhado a mão e tem uma pegada bem contemplativa. Não ache que já dá pra ir saindo fazendo todas as missões rápido. Ao chegar numa nova vila, por exemplo, você deve conversar com todos os moradores, fuçar em todos os cantos em busca de recursos e completar missões para ampliar as instalações do seu barco e também atender aos últimos pedidos feitos ali para você.

No meio do caminho há também recursos sendo abertos no mapa de navegação e você pode alternar suas tarefas entre cuidar do plantio e da pesca, ampliar o barco, cozinhar para os hóspedes (alguns bem chatos para comer, é bom que se diga) e explorar novos caminhos no mapa. A jogabilidade é simples e para o meu gosto só tem diálogos demais e demorados, mas há quem vá gostar mais. E aqui volto a repetir é um game contemplativo onde dar abraços e cozinhar para quem importa é fundamental.

É um game envolvente e deslumbrante e que faz você muitas vezes parar para refletir em várias coisas. Só por isso tem seu valor.

Mas pessoas que gostam de games de RPG mais clássicos, com gestão de recursos e exploração vão ter diversão garantida com Spiritfarer. Não seria um exagero dizer que é uma obra de arte jogável e ainda, com o perdão do meu infame trocadilho, lindo de morrer.