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Influenciadores, números falsos e a minha eterna gargalhada de tudo isso

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Procuro influenciadores com acima de 500 mil seguidores no Instagram para uma ação de marca

O número pode variar, mas todo dia nos grupos especializados de contratação de influenciadores ou nas agências responsáveis por essas contratações essa frase vai aparecer.
Mas veja você bem novamente o texto. Ele não está falando de nicho, de qualidade do material postado, se as fotos são plagiadas ou não ou se o influenciador propaga discurso de ódio ou não. O único critério disponível para a contratação é o número.

O erro não é a toa.

Como tudo para vida e saindo um pouco do pensamento tacanho para o reflexivo o problema é que viemos de uma lógica dos Meios de Comunicação de Massa onde o negócio das agências era comprar volume de audiência. E que não era errado uma vez que era o que se tinha.
E então essa mentalidade foi trazida para os influenciadores digitais. E vou aqui dizer uma verdade desconcertante. Os influenciadores só compram seguidores falsos porque até hoje as marcas são coniventes com isso. Vi um texto falando que isso foi uma ingenuidade das marcas. Ah não né gente. Marcas que faturam milhões e agências que tem centenas de funcionários podem ser várias coisas. Menos ingênuas. Todo mundo sabe o que tá fazendo e foi rolando um “me engana que eu gosto coletivo”.

Audiência é algo que não é tão simples de medir

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Falei no meu Facebook ontem:

Eu acho mesmo essa coisa da audiência fake um problema.
Jornais impressos sem IVC a gente nunca sabe ao certo a tiragem. Também não dá pra saber quantos leram só o horóscopo e não deram bola pro resto.
Rádios tem uma medição de audiência bem subjetiva.

O Ibope mede em algumas capitais menos de 1% da audiência. Em mercados menores é feita uma pesquisa com uma amostra bem modesta. Quem liga a TV só pra ter um barulho em casa mas não tá vendo nem prestando atenção conta como audiência?
E na internet? A a internet TAMBÉM tem audiência falsa.

Tirada a ironia toda contida no texto o que eu quero mesmo dizer é que o lance é bem difícil, mas há um conluio movido pelos grandes veículos de comunicação para desacreditar o meio digital. Isso também interessa para as agências. É na verdade uma briga Táxi x Uber mais sofisticada.

Ah então os fakes na redes sociais estão certos?

Claro que não. Longe disso. Eu mesmo abordei esse tema aqui no blog quando ninguém falava disso. E é claro que é um problema. Mas então vejamos: hoje já há várias ferramentas que vão ajudar as marcas a filtrar o joio do trigo. Várias.
O que eu quero dizer é que a conivência das marcas com isso é que gerou esse fenômeno – e eu sei que estou repetindo mas é quero enfatizar isso – e agora elas se ressentem de um problema que elas mesmos criaram.
Além das ferramentas há algo imbatível chamado relacionamento. Conhecer os influenciadores, sua relação com a fanbase, seus valores e princípios, suas crenças e seu conteúdo. Aí não há robô que sobreviva.
Se as marcas quisessem mesmo combater isso eles fariam entende?

Todo mundo sabem que as flores falsas não são flores, mas elas são vendidas e há um motivo para isso, certo?

Influenciadores não são números: são pessoas que falam com pessoas

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Dito assim parece óbvio não é? Bem e é mesmo, e o que talvez mais espante o leitor é que a maioria das pessoas que atuam nesse mercado sabem há muito tempo disso.
Influenciadores não são grandes veículos de comunicação, não tem equipes multidisciplinares e a maioria nem formada em comunicação é. Muita gente caiu nessa onda dos robôs e fakes achando que era o certo e pense comigo, foi o que o mercado transmitiu.
É um mercado relativamente pequeno, todo mundo meio que se conhece em cada nicho, se compara, se conversa.
E há sim várias marcas que já romperam com a lógica dos números e estão tendo excelentes resultados.
Eu só volto a repetir esse tema só volta a tona por conta de algo maior, de uma necessidade de desacreditar o que é feito hoje para garantir algo que tem perdido terreno mês a mês.
Todo mundo sabe o que rola e como rola, o resto é a mais pura hipocrisia de palco e de artigo no Meio e Mensagem.
Eu vejo algumas discussões e só me resta rir. Muito.

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