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Vivemos um período de culto ao entretenimento?

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Fazendo um dos textos sobre a nossa cobertura exclusiva da CCXP eu pedi uma ajuda para o pessoal de comunicação da FAAP para entender melhor alguns detalhes apresentados no evento.
A entrevista ficou tão boa que publiquei um trecho no texto original e reproduzo a entrevista com o professor Thiago Costa, coordenador da pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital da FAAP, na íntegra abaixo.
Aproveito para agradecer o prof. Thiago pela atenção e tempo disponibilizado para tão rico conteúdo e também à assessoria de imprensa pela ponte.

Fã tira foro em trono de GoT

Professor, pode um segmento de nicho como o Geek tomar proporções de um mercado de escala? Grandes e tradicionais varejistas lançaram operações exclusivas para esse segmento, seria uma espécie de nicho em escala?

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Pode sim. No caso desse segmento, os filmes e as séries de TV abriram espaço para muita gente que sabia, no máximo, quem era o Batman e o Superman, a se interessar por personagens de terceiro escalão, como o Homem-Formiga na Marvel e praticamente todos os protagonistas da série “DC’s Legends of Tomorrow”. E podemos colocar no mesmo “balaio nerd” as franquias de Harry Potter e Senhor dos Anéis, além de “Game of Thrones”.

Com mais gente interessada, o mercado cresce e ganha escala. Não dá mais para ser um nicho no sentido estrito da palavra, quando vemos uma CCXP com quase 230 mil pessoas e que cresceu 30% de 2016 para cá.

Grandes empresas enxergaram isso. Eu não chamo mais de nicho. É um mercado específico, um segmento. Mas nicho é algo menor e esse mercado, pelo menos por enquanto, não diminui, só cresce.

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Eu ouvi de um empresário que os nerds estão se assumindo cada vez mais como tal, assistindo séries e jogando games. Podemos dizer que esse culto ao entretenimento é um fenômeno da atualidade?

O culto ao entretenimento certamente existe. Mas isso sempre existiu. Sempre houve gente mais dedicada aos seus prazeres mais supérfluos.  Como os fãs de novelas, que compravam todas as revistas de fofocas da banca.

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Agora, esse tipo de entretenimento geek ou nerd sofreu muito preconceito. Era tido como coisa de criança ou de adultos meio “bobos”. Porém, as crianças dos anos 80 cresceram e tomaram de assalto a indústria do entretenimento, criando produtos que são consumidos por todo tipo de gente hoje em dia. A série “Arrow”, por exemplo, tem um enorme público entre mulheres de 45 a 65 anos. Pode ser por conta do protagonista bonitão, mas não interessa. Elas estão consumindo conteúdo nerd!

Quem conhecia o Homem de Ferro 15 anos atrás? Essa franquia fez renascer o ator Robert Downey Jr e isso não ocorreria se fossem só os nerds comprando ingresso.

A partir do momento em que o mundo “normal” consome, os nerd realmente se sentem à vontade para “sair do armário”. Se minha mãe e minha tia assistem o seriado, qual o problema de usar uma camiseta, ou comprar um bonequinho? É assim que as pessoas começam a se sentir.

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Além disso, entre o público mais jovem, as coisas se inverteram. É “cool” ser nerd. Os filmes, séries, games e HQs estão na moda e, quem não sabe disso é que está por fora. O “nerdpride” ganhou espaço. Então as pessoas podem demonstrar para o mundo sua paixão e ainda serem valorizadas por isso.

Algo que queira acrescentar?

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É importante dizer que as narrativas estão no cerne de tudo isso. São as boas histórias nascidas nos quadrinhos, principalmente, que atraem o público. Enquanto houver boas histórias, o fluxo de consumo vai continuar seguindo positivamente.

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