De moedas virtuais a microfones que piscam para você a BGS mostrou a capilaridade do trade de games no Brasil

Jornalista que se preza se joga na muvuca e é por isso que eu sempre reservo o dia do sábado para ir na Brasil Game Show 2019. É aquele empurra-empurra e o brilho no olho das pessoas. Tem também os pais cansados que estão ali fazendo a vontade dos filhos. “O evento fecha que horas moço? Eu to morrendo de cansado e eles ainda estão no pique” me perguntou um pai com seus três filhos empolgadíssimos.

Mas é claro que enquanto o evento acontecia lá fora eu andava pelos principais estandes das marcas para falar com os maiores executivos do setor. Aqui você confere a primeira parte dessa cobertura.

A fila para receber uma mochila de brinde da Acer dobrava o enorme e imponente estande da marca. Não a toa eu escolhi a marca como grande destaque da Brasil Game Show 2019. A marca há cerca de dois anos lançou a linha gamer Predator e mesmo com pouco tempo no mercado ela já tem uma penetração muito forte no mercado gamer. Quem me explicou um pouco mais sobre isso é o Anderson Kanno, CEO da Acer Brasil. “Essa linha foi lançada no Brasil há dois anos e acho que a gente conseguiu criar e levar a marca para o patamar de ser hoje uma das principais marcas de produtos gamers do Brasil”. E ele ainda me disse que participar da BGS é parte dessa construção da marca.

É sabido que o setor de computadores teve uma queda por conta da popularização dos celulares cada vez mais potentes e aí a Acer ter apostado nesse segmento acabou sendo um belo acerto.

Outra marca que levou muitas novidades para o evento foi a HyperX. Além de um caminhão enorme (que irá percorrer o Brasil fazendo peneiras para descobrir novos talentos para a Red Canister) a marca levou um ecossistema completo de soluções gamers. O Iuri dos Santos é o especialista em produtos da HyperX e ele me destacou uma das grandes novidades. “Trouxemos várias novidades para a BGS nesse ano, entre elas o Headset Gamer Cloud Orbit com tecnologia de áudio 3D: a imersão do gamer como ele nunca experimentou”. Da memória passando pelo teclado, mouse e headset cada vez mais a marca tem sido encontrada nas mesas dos gamers que buscam performance.

Razer mostrou novidades físicas e virtuais

Não é segredo para ninguém que me conhece que eu admiro demais a marca Razer. Eles conseguiram se transformar uma grife no mundo dos gamers. É uma gestão de marca primorosa e que foca na experiência do usuário. “A Razer não somente vende periféricos mas a gente vende a experiência do gamer dentro do jogo”, me explicou o Vitor Martins – diretor Razer América Latina.

Ele me mostrou também o que eu considerei um dos lançamentos de maior destaque da BGS 2019 o microfone Razer Seiren Emote que tem uma tecnologia que permite sincronizar a exibição das famosas carinhas e símbolos usados em conversas online com as interações do público durante transmissões ao vivo, ampliando o engajamento entre streamers e sua audiência de um jeito totalmente novo. Assim se o streamer recebe uma doação, o microfone exibe um coração ou um cifrão e se você recebe uma palavra gentil no chat, o microfone manda uma piscadinha. Tudo configurado de uma forma muito customizável. Dá até para criar seus próprios emotes.

Razer Gold a Razer que virou moeda – O bom desses eventos é poder conversar com as pessoas que tomam decisões e entendem do assunto. Eu já tinha falado do lançamento da Razer Gold aqui no Brasil, mas confesso que não tinha entendido direito a vibe do produto até falar com o Dennis Ferreira, diretor da Razer Gold na América Latina em um papo muito bacana. Ele me explicou todo o conceito por trás que é a venda de créditos que podem ser usados para compra de games ou itens consumíveis em jogos. É uma boa pedida para quem não tem ou não quer usar o cartão de crédito nessas compras ou ainda para pais que querem controlar o consumo dos filhos e até para presentes. Mas aqui há um diferencial que o Dennis me detalhou, mas antes eu quis saber como estava a procura do público pela solução lá na BGS. “A aceitação do público surpreendeu. Parece que eles estava esperando que a razer fizesse algo assim. Todo mundo adorou a ideia de comprar créditos para games num único lugar e ainda ser recompensado por isso.”

E aí está a diferença de outros meios de pagamento. Usando Razer Golds você acumula pontos que podem ser trocadas por descontos em produtos Razer e até por chaves de games para usar no Steam. É muito interessante ver uma empresa de periféricos entrando no mundo dos meios de pagamento e com certeza vou acompanhar isso mais de perto.

Magic: The Gathering firme no mundo dos eSports

Um ano depois foi interessante ver o novo estande de Magic: The Gathering e principalmente como cresceu a comunidade do jogo. O que era uma promessa hoje se tornou uma realidade com cada vez mais adeptos. É que o game entrou para o cenário competitivo dos eSports e já começou com prêmios expressivos e um modelo de competição bem estruturado com várias camadas de acesso, mas eu ainda tinha dúvida. Quem é o jogador do game hoje? A pessoa que já jogava a versão em cartas ou o novo gamer? Quem me respondeu essa pergunta foi a Carol Moraes, coordenadora da Wizards of the Coast Brasil. “A gente tem um pouco de tudo. Tem aquela que joga há 26 anos e tem gente que descobriu agora. E tem também quem tinha parado de jogar porque casou ou entrou para a faculdade e agora tá voltando a jogar no Arena.”

E a Nintendo está de volta ao Brasil?

A resposta que eu ouvi para essa pergunta foi um sonoro “não” então por enquanto nada de esperanças, mas a marca reconheceu o carinho com o Nintendista brasileiro trazendo games para os visitantes jogarem e uma prévia de Luigi’s Mansion 3 . Eu pude jogar 15 minutos do jogo e posso garantir a você: é divertidíssimo. Eu não levo muito jeito com joystick então apanhei um pouco, mas mesmo assim consegui matar alguns fantasmas no game que estará disponível para o mercado a partir do final do mês.