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Conectividade e inteligência artificial: como as casas tomarão decisões sozinhas enquanto vivemos nelas.

Você acorda e abre seus olhos e então sensores espalhados por toda casa notam isso e começam a disparar funções. Na cozinha a cafeteira começa a preparar o seu café, a luz do banheiro acende e é o tempo de você chegar até a cozinha e se preparar para ir ao trabalho. As torradas estão quentinhas e perfeitas para derreter a manteiga na medida.

Confira todos os textos desse especial

  1. COMO A COVID VAI MUDAR O JEITO QUE MORAMOS?
  2. CONECTIVIDADE E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: COMO AS CASAS TOMARÃO DECISÕES SOZINHAS ENQUANTO VIVEMOS NELAS.
  3. A SALA COMO UMA NOVA PROTAGONISTA DA CASA: O HOME-ENTERTAINMENT NUM OUTRO PATAMAR
  4. CASAS COMO MORADIA, LOCAL DE TRABALHO E ESTUDO
  5. CIDADES INTELIGENTES E UM NOVO JEITO DE PENSAR O ESPAÇO PÚBLICO COM O 5G

Ao sair de casa tudo que é desnecessário é desligado menos os sensores que monitoram os movimentos da casa. No display do carro você pode ver pelas câmeras se está realmente tudo bem. Se precisar pode também mandar uma mensagem para alguém ou até você mesmo atender o videoporteiro.

Ao chegar do trabalho o carro vai avisando quanto tempo demora para você chegar em casa. O ar-condicionado liga para que quando você chegue a temperatura esteja ideal. O combinado era fazer um jantar em casa, mas por um problema de agenda você terá que se virar. A um toque do painel do carro o iFood vai te salvar com uma pizza com entrega agendada para logo mais.

Será que é preciso passar no supermercado para comprar leite? Uma câmera colocada dentro da geladeira é acessada de dentro do carro e você nota que ainda tem 3 caixas ali. Uma tarefa a menos para fazer, ainda bem.

Ao entrar na garagem as luzes acendem, e a TV é ligada no seu canal de notícias favorito, meia hora depois o entregador chega com a comida e o aviso chega na tela com uma pequena imagem mostrando o videoporteiro – na sua casa os drones ainda não são permitidos por conta de uma limitação do espaço aéreo. Os sensores notam que os seus olhos estão cansados, e junta informações sobre a sua temperatura corporal e respiração. Sim está na hora de tomar um banho para dormir.

A banheira já está cheia na temperatura perfeita. E enquanto você toma banho a lava-louças já identificou que há poucos objetos ali e o aspirador de pó robô cuida das migalhas deixadas no chão. Antes de sair do banho você pergunta para a casa quais compromissos terá no dia seguinte, escova os dentes e se deita. A luz muda para cores relaxantes, a cromoterapia está ajudando você a dormir melhor, junto com a trilha sonora relaxante e a imagem na TV que transmite o céu em tempo real para o seu quarto.

Você fecha os olhos e os seus sinais vitais ficam lentos. A casa sabe que você dormiu. Os alarmes são ativados em pontos estratégicos, os sensores de incêndio e alagamento em alerta máximo e tudo que é desnecessário é desligado. Seus sinais vitais estão sendo medidos constantemente. Em caso de dados incomuns seu serviço médico será alertado de forma automática.

Está tudo em ordem para o próximo dia, mas se algo mudar não tem problema, porque a casa cuidará de tudo para você.

O texto acima é o meu mais puro exercício de imaginar como uma casa do futuro se comportará tomando decisões enquanto os moradores interagem pelo espaço. Mas o quão longe estamos de tudo isso?

É o que veremos a seguir

A caminho da casa do futuro

Mais uma vez eu contei com a ajuda da Susana Brockveld – diretora de marketing da Intelbras. Ela me disse que a empresa atua com alguns pilares nessa jornada rumo ao futuro. “A partir de um sinal de Wi-Fi potente, o consumidor também começa a equipar sua rotina com soluções inteligentes. É essa grande vantagem da Intelbras de conhecer de perto o perfil do consumidor brasileiro que nos deu três principais pilares pra desenvolver soluções de casa conectada: SEGURANÇA, CONFORTO e EXPERIÊNCIA.”

Ela citou alguns equipamentos que já trazem um pouco dessa modernidade para os dias de hoje. “Nosso portfólio traz a linha de Smart Speakers Izy Speak!, que vem marcar um novo tempo no mercado tecnológico brasileiro: a sua voz no comando. Todas as informações, solicitações de reprodução podem ser realizadas através do comando da sua voz, pelo sistema Alexa, da Amazon. São 2 modelos de assistente pessoal, o Izy Mini e o Izy Speak, são fáceis de carregar, podendo ser alimentado através da energia elétrica ou carregadores portáteis. E o modelo padrão (torre) funciona com bateria, sem precisar estar ligado à energia o tempo todo.”

O Speakers Izy Speak! tem Alexa embarcada e já é uma realidade

Como vimos anteriormente outra empresa que tem apostado nesse segmento é a Positivo com a sua linha Positivo Casa Inteligente. Será possível termos uma casa que toma decisões sem que ela precise ser comanda por voz? E o José Ricardo Tobias – head da Positivo Casa Inteligente – me deu uma boa notícia. “Com certeza. A tendência é que os ambientes estejam cada vez mais conectados e automatizados. A integração dos sensores a esses ambientes já é uma realidade e vai evoluir cada vez mais. Aqui no Brasil, ainda estamos passando da chamada primeira onda de ‘inteligentização’ – que é quando você usa objetos conectados nas casas a fim de simplificar o dia a dia – para a segunda onda,  quando o usuário tem mais familiaridade com a tecnologia e passa do uso de objetos conectados para ecossistemas integrados de casa inteligente.”

Com o Kit Positivo Casa Inteligente é possível ter tomada e lâmpadas que já podem ser comandadas por voz.

A revolução do 5G e como ela impactará nas nossas vidas

O 5G não é só uma internet mais rápida que o 4G mas uma revolução em conectividade por permitir tráfego de dados de uma forma que nem imaginamos ainda. A empresa chinesa Huawei é uma das protagonistas mundiais nesse tema, seja na oferta de soluções para as empresas de telecomunicações, seja para os usuários em sua divisão de bens de consumo. A Huawei é líder global no desenvolvimento de tecnologias 5G e criou 11 centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de 5G em todo o mundo, além de contar com mais de 5,7 mil especialistas e engenheiros aplicados na Pesquisa & Desenvolvimento dessa tecnologia.

Para entender mais sobre como a empresa olha essa questão da casa conectada eu falei com a Arina Tian, CMO da Huawei CBG Brasil. Será que com toda essa mudança o celular perderá o protagonismo na vida das pessoas? Ela acredita que não.

“Os smartphones são o principal ponto de conexão do ecossistema de produtos inteligentes. Na Huawei, este ecossistema já é pensado para a era 5G em uma estratégia que chamamos de ‘1+8+N’, na qual todos os dispositivos estão conectados pelo smartphone. Os smartphones representam o “1”, os demais dispositivos conectados como PCs, tablets, TVs, óculos, relógios, fones de ouvido e assistentes virtuais representam o “8”. Já o “N” refere-se aos diversos ambientes aos quais esses dispositivos podem se conectar, como escritórios móveis, carros conectados, casas inteligentes, entretenimento audiovisual, entre outros. O “+” representa os diversos softwares oferecidos pela Huawei para conectar os aparelhos entre si. “

E eu quis saber como o 5G impactará essa conectividade. “O 5G irá potencializar o desenvolvimento de dispositivos que fazem parte do conceito de Internet das Coisas. Todos os tipos de aparelhos funcionarão de maneira conectada, criando uma rede integrada. Casas conectadas farão parte da nossa rotina, com todos os aparelhos e eletrodomésticos conectados e controlados pelo smartphone, desde a televisão, computadores, tablets, até aspiradores de pó, o sistema elétrico, ar-condicionado, entre outros. Além de uma velocidade de transmissão entre os dispositivos domésticos com excelente velocidade, o 5G também liga mais dispositivos para criar uma rede doméstica inteligente e uma casa totalmente automatizada.”

Casas conectadas farão parte da nossa rotina, com todos os aparelhos e eletrodomésticos conectados e controlados pelo smartphone, desde a televisão, computadores, tablets, até aspiradores de pó, o sistema elétrico, ar-condicionado, entre outros.

Arina Tian, CMO da Huawei CBG Brasil

E será que podemos esperar novidades da marca para o Brasil nesse segmento? A Arina confirma que sim. “Vemos que existe uma demanda crescente por produtos e serviços como os nossos no Brasil, que poderiam apoiar os consumidores brasileiros a desempenhar tarefas de maneira mais fluida e ter uma experiência melhor e mais conectada. Por isso, estamos expandindo nosso portfólio no Brasil e trazendo mais produtos diferentes, a exemplo do smartphone HUAWEI nova 5T. Ainda em 2020 também devemos expandir as vendas de wearables e fones de ouvido sem fio, roteadores Wi-Fi e outros gadgets digitais.”

smartphone HUAWEI nova 5T

E já que os carros não voam eles vão se conectar com as casas?

A Volkswagen tem sido uma montadora inovadora e que tem conseguido se antecipar em diversas tendências. No final do primeiro semestre de 2020 a empresa lançou o Volkswagen Nivus.: carro inovador criado pelo time de designers e engenheiros brasileiros em alinhamento com a sede global na Alemanha.

VW Nivus: cheio de inovações tecnológicas

Entre as inovações apresentadas está o VW Play, uma plataforma que permite a instalação de aplicativos variados e em seu lançamento contava, por exemplo, com o app do iFood. Trocando em miúdos, hoje já é possível sim pedir comida do seu carro para ser entregue na sua casa, é só calcular o tempo de entrega x a chegada em casa. O manual do carro também conta com inteligência artificial: você pergunta pro carro como deve calibrar os pneus e ele te responde em viva-voz. Mas como são pensadas essas melhorias? Como se antecipar e desenhar um futuro cheio de variáveis?

VW Play tem seguro, iFood e audiolivros embarcados

Quem me respondeu essa e várias outras perguntas foi o Fábio Rabelo, gerente executivo de Digitalização e Novos Modelos de Negócio da Volkswagen América do Sul. “Eu lembro da minha infância e que eu assistia ‘Os Jetsons’, e algumas coisas ali tivemos acertos outras não. Será que daqui a 50 anos o carro voará? Não sei! Mas tinha videoconferência: ele falava com o chefe que estava na fábrica de casa. E como a gente consegue aqui na Volkswagen fazer esses acertos? Com muita pesquisa e foco no consumidor e com isso a gente conseguiu hoje oferecer tecnologias que os nossos concorrentes não têm. Não tem outro player do nosso setor que oferece um rádio que tenha embarcado seguro, iFood e audiobook . E se eu te abrir o desenho que fizemos em 2016 toda parte estratégica de marcas que pensamos são as que nós temos hoje.”

E como a gente consegue aqui na Volkswagen fazer esses acertos? Com muita pesquisa e foco no consumidor e com isso a gente conseguiu hoje oferecer tecnologias que os nossos concorrentes não têm.

Fábio Rabelo, gerente executivo de Digitalização e Novos Modelos de Negócio da Volkswagen América do Sul

Mas ainda de acordo com o Fábio a conectividade do carro com a casa (e com a cidade mas falarei disso em outro artigo dessa série) depende de uma série de fatores e um deles é também a disponibilidade que o usuário terá em pagar por toda essa tecnologia.

Sim a casa conectada do jeito que vimos no começo do texto só será viável se junto com isso vier uma série de modelos de negócios e investimentos que se justifiquem toda pesquisa e desenvolvimento para que isso aconteça.

Enquanto isso, em breve, a empresa deve anunciar mais novidades tecnológicas. Eu não consegui um spoiler, mas eu conheço bem a empresa e sei que nessa área podemos sempre esperar boas coisas e boas novidades.

E como ficará o entretenimento na casa do futuro?

Os home-cinemas que já eram uma tendência devem voltar com tudo no pós-covid. Mas como devem ser esses espaços?

Quem me respondeu essa pergunta foi o Júlio Seype. Ele é formado pela Universidade de Brasília, em Engenharia de Controle e Automação e é proprietário da SEYPE Engenharia.

“Toda crise impacta no mundo da engenharia por conta de termos de buscar soluções cada vez mais sofisticadas de modo a garantir a segurança de todos. Na automação residencial não é diferente. Com o crescente avanço de tecnologia como as próprias smartTV’s com assistentes de voz integrado, já muda o cenário de projetos.  Antes precisávamos apenas pensar em ligar/desligar TV, mudar de canal. Hoje temos que atrelar todas as funções presentes na TV, de modo que fique cada vez mais fácil o uso pelo usuário. A função de você conversar com a TV pedindo pra assistir youtube, ou Netflix, são funções que devem ser habilitadas para as demais funções da residência, bem como o acesso por smartwatch e celulares, a integração é cada vez maior no nosso cotidiano.”

E é justamente sobre isso que falaremos no nosso próximo artigo onde destacarei a sala com um novo protagonista da casa: o home-entertainment num outro patamar